Lançado em 2005, o Kia Sportage cumpriu o ciclo médio de reestilização de um modelo da indústria atualmente, entre quatro e cinco anos. O carro-chefe da Kia no Brasil ganhou faróis, pára-choque, grade e lanternas com novo desenho. E mais nada. Foram mudanças tão discretas que o consumidor não saberá se está comprando a linha 2009 da versão anterior ou a 2009 da novidade – a importadora lançou o novo ano-modelo no fim de setembro e as duas versões convivem na rede.A mudança foi pequena, já que a marca avaliou que não havia necessidade de mudanças radicais. Afinal, o Sportage tem boa aceitação mundial, inclusive no mercado brasileiro, onde vendeu cinco vezes mais no acumulado deste ano em relação ao do ano passado. Ainda não tem volume para fazer frente ao Hyundai Tucson, o primo mais sofisticado com o qual compartilha a plataforma e motor, mas é o suficiente para colocá-lo na briga direta com modelos consagrados, como o Honda CR-V. Entre os fatores que impulsionam o Sportage está a garantia de 5 anos e o bom custo-benefício.
Vejamos. Com preços começando em R$ 77.400, o Sportage traz de série abertura e travamento elétrico das portas com alarme, abertura interna da tampa de abastecimento de combustível, banco traseiro bipartido 60/40, vidros e retrovisores elétricos, vidro da porta traseira rebatível, faróis de neblina, volante com regulagem de altura, rodas de liga leve aro 16" calçadas com pneus 235/65 R16, airbags frontais, bagageiro no teto, cobertura do compartimento de carga, rádio com toca-discos e MP3 e detalhes do painel em aço escovado. Mas faltam mimos básicos como pára-sóis com espelhos de cortesia e iluminação do porta-malas. Além do câmbio automático seqüencial de 4 velocidades, a versão apresentada nas fotos tem a mais o controlador automático de velocidade, o ar-condicionado automático e os freios ABS, EBD e disco nas 4 rodas. Custa R$ 87.900.
Para esta reestilização de meia idade, os designers pensaram nos faróis com leves reentrâncias nas laterais à la BWM, um recurso cada vez mais comum. Outra mudança na frente está na grade, que conta agora apenas com um filete (antes eram dois). Os pára-choques também mudaram: a região embaixo da placa de licença ficou mais ampla. As áreas dos faróis de neblina perderam os filetes solitários, e estão mais trapezoidais. Por dentro, temos uma nova disposição do console, volante e do painel de instrumentos, todos aperfeiçoados. Segundo a marca, as mudanças leves foram inspiradas em carros-conceito apresentados em salões nos últimos anos.
Para os ocupantes, o Sportage é confortável e conta com bom espaço. Os bancos com abas laterais são elevados, e oferecem bom campo de visão ao motorista. Além disso, não há aperto para os ocupantes da frente: o modelo tem 1,44 m de largura entre os ombros e 1,07 m de espaço para as pernas. Três pessoas são acomodadas com conforto no banco traseiro. O quadro do painel conta com três instrumentos de boa visualização (velocímetro com hodômetro, conta-giros e temperatura do motor), mas sem rebuscamento no estilo, como o design padrão do habitáculo. Na reestilização profunda de 2005, o Sportage adotou o vidro traseiro basculante. É uma solução que facilita a colocação de bolsas, sacolas e outros itens sem a necessidade de se abrir a tampa do compartimento.
O motor 2.0 é adequado para a cidade, habitat preferido do modelo (95% das unidades vendidas são 4x2). O torque elevado (18,8 kgfm) levou a engenharia a adotar relações mais longas nas marchas. Assim, quando se pisa no acelerador gradativamente, as trocas acontecem com intervalo maior – se for mais bruscamente, para uma ultrapassagem, por exemplo, o tranco característico de caixas automáticas é bastante perceptível. Para o trânsito carregado, é a melhor solução, pois as marchas não são trocadas com tanta constância. Mas não ajuda muito na estrada, já que há um vácuo entre as marchas, perdendo tempo na aceleração.
Com este motor 2 litros e preço, o Sportage concorre com um leque de modelos de tamanhos e valores. Vão do EcoSport 4x4 (R$ 67.250) ao primo Tucson (R$ 79.900), passando pelo Honda CR-V (R$ 94.500), Chevrolet Captiva (R$ 92.990) e Nissan Xtrail (R$ 89.900). E o Kia tem se saído bem na briga, apesar de a concorrência no segmento estar mais acirrada, com novos representantes chegando a cada mês por conta do sucesso do Tucson.
* Alexandre Carvalho/Auto Esporte.
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