domingo, 15 de fevereiro de 2009

>>> VOLVO XC 60

XC60 marca estreia da Volvo em segmento
Nos anos 80, a Volvo carregava o estigma de fazer carros quadrados. Na década seguinte, a marca mudou radicalmente seu design e conseguiu desfazer boa parte dessa imagem. De algum tempo para cá – mais precisamente desde o lançamento do C30, em 2006 –, a novidade é outra: aventurar-se em novos segmentos. Com o XC60, modelo que a marca sueca passa a importar ao Brasil nas versões Comfort (R$ 138 500), Dynamic (R$ 156 500) e Top (R$ 165 900), a história não é diferente: a idéia com o “irmão menor” do XC90 (SUV lançado em 2002), que traz um motor turbo de 6 cilindros e 285 cv, é consolidar-se na categoria dos crossovers acima de R$ 100 000.


Para isso, o XC60 aposta em duas estratégias: focar no custo/benefício e atrair compradores com a imagem de segurança dos Volvo. No lançamento, o maior atrativo neste quesito é o sistema City Safety (algo como segurança na cidade, em uma tradução livre), que freia o carro automaticamente ao detectar a iminência de uma batida a até 30 km/h.


Mas é acelerando que o menor XC mais se destaca. Presente em todas as versões, o motor de 6 cilindros é montado transversalmente – de um lado a outro do capô – , disposição que, segundo a montadora, é a mais eficaz para evitar que o conjunto mecânico invada a cabine em colisões mais graves, e conta com um turbocompressor para levar a unidade de 3 litros a excelentes 285 cv de potência a 5 600 rpm e 40,8 kgfm de torque entre 1 500 rpm e 4 800 rpm. Com esses números, o crossover é ágil mesmo com o câmbio em Drive e fica ainda mais esperto se o motorista escolher a opção Sport. A caixa de marchas de 6 velocidades ainda dá a opção de trocas sequenciais, modo que torna o Volvo bem divertido e deixa claro que o objetivo não é apenas conquistar quem precisa levar a família a bordo, mas seduzir os fãs de esportividade, que podem acelerar de 0 a 100 km/h em 7s5 e atingir 210 km/h (dados de fábrica).

Mesmo com 30 cm a menos que o XC90, o XC60 oferece espaço de sobra para cabeça e pernas e leva tranquilamente passageiros com mais de 1,80 m nos bancos traseiros graças ao bom entre-eixos de 2,77 m. O porta-malas, de 495 litros, carrega tantas bagagens quanto um sedã médio.

Além de bom de dirigir e espaçoso, o modelo fabricado na Bélgica vem bem equipado nas três versões: a de entrada Comfort (R$ 138 500) traz airbags duplos frontais, laterais e do tipo cortina (para a cabeça), freios ABS (antitravemento) com EBD (distribuidor da força de frenagem), bancos de couro com regulagem elétrica para o motorista, volante com comandos do som e do controlador de velocidade de cruzeiro, ar-condicionado eletrônico, controle de travamento de descida (o chamado HDC, ou Hill Descent Control), controle anticapotamento (RSC, Roll Stability Control), controle de tração e estabilidade (DSTC, Dynamic Stability and Traction Control), freio de estacionamento elétrico e rodas de 17”.


A intermediária Dynamic, R$ 18 000 mais cara, traz a mais rodas de 18”, sistema de informação de ponto cego Blind Spot, Bluetooth, regulagem elétrica para o banco do passageiro, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e faróis bixenônio. A Top, que exige um cheque R$ 27 400 mais gordo que o desembolsado pela Comfort, conta com “mimos” como acionar o motor sem necessidade de inserir a chave (os outros são ligados por meio de um botão no painel depois que o contato é acionado), sistema de som com dez alto falantes e teto solar panorâmico. Além disso, todo XC60 também sai de fábrica com a tração integral Instant Traction, que distribui a força das rodas, inicialmente 100% concentrada nas dianteiras, em uma proporção de 50%/50% entre os eixos de acordo com a necessidade do terreno.

Concorrência caseira

Bem mais caro que um Chevrolet Captiva V6 4x4 (R$ 103 990; 261 cv), o XC60 não concorre com os modelos na faixa dos R$ 100 000, segundo a Volvo, mas quer roubar a liderança do segmento situado acima desse valor do Land Rover Freelander 2, vendido a R$ 132 000 com seu motor de 6 cilindros em linha e 233 cv. Outro potencial oponente é o Ford Edge, que traz bloco V6 de 269 cv por R$ 149 700.


O curioso é notar que os dois concorrentes brigam – ou brigavam – dentro de casa com o Volvo, já que a Ford ainda é dona da marca sueca, cuja venda é especulada há mais de três anos, e a Land Rover passou às mãos da indiana Tata Motors apenas em 2008 – nessa, a Jaguar foi junto. “Nós pertencemos à Ford, mas somos Volvo. Nossa origem e nosso modo de pensar sempre continuarão os mesmos”, fez questão de esclarecer Anders Norinder, responsável pela Volvo na América Latina e no Caribe, quando questionado sobre os boatos da venda da fabricante.

City Safety

De série em todas as versões, o City Safety funciona a velocidades de até 30 km/h. Serve, portanto, para evitar leves colisões no trânsito e não atua em estradas ou vias mais rápidas. Acionado por meio de um sensor a laser que mapeia um ângulo de 27º e 10 metros à frente do carro com 50 cálculos por segundo, o sistema interpreta situações de emergência e freia o veículo caso necessário. Se o XC60 estiver se deslocando a velocidades de até 15 km/h na direção de um obstáculo fixo (um exemplo pode ser a perigosa mudança de estação do rádio quando o trânsito para), a montadora assegura que o auxílio é capaz de evitar totalmente a batida.


Entre 15 km/h e 30 km/h, porém, essa garantia já não existe mais. Nesse espaço de velocidade, o dispositivo também atua, mas apenas se identificar uma diferença de 15 km/h entre as velocidades relativas do Volvo e do eventual veículo à frente. Dessa forma e graças ao fechado leque de atuação do laser, é possível confiar no sistema para trafegar tranquilamente. De acordo com a montadora, o City Safety reduz o valor da apólice de seguro entre 15% e 30%, além, é claro, de evitar o prejuízo do pagamento de uma eventual franquia ou mesmo um reparo em oficina particular. Nada mal para quem já vai gastar mais de R$ 100 000 num carro.

* Gerson Campos/Carro Online.

Nenhum comentário:

Postar um comentário