quarta-feira, 29 de julho de 2009

>>> AVENTURA NA ÁFRICA

Aventureiro desbrava o coração africano atravessando o continente numa Kombi 1975
Voltando um pouco aos tempos de escola, muitos de nós já devem ter imaginado como seria no tempo das descobertas, onde heróis anônimos passavam meses ou anos longe de tudo em nome do desconhecido, do inexplorado, enfim, da aventura de conhecer o inesperado. Pois foi com esse sonho de infância que Christian Figenschou, um sul-africano com residência na Cidade do Cabo, largou toda sua vida para trás e resolveu embarcar numa aventura até então inédita para ele: cruzar de ponta a ponta o continente africano, saindo de sua cidade de origem e seguindo até a capital do Egito.

Depois de se desfazer de sua residência, de seu escritório e de seu automóvel, Christian conseguiu levantar o dinheiro para a viagem, mas ainda não tinha decidido sobre qual veículo seria ideal para a façanha. Logicamente um 4X4 seria recomendável, mas as economias angariadas pelo futuro aventureiro não permitiam tal investimento, já que um veículo nestes moldes custaria mais da metade do montante. E foi a partir desse princípio que surgiu a grande ideia da viagem: como Christian sempre foi um admirador dos veículos da VW, pensou de imediato que seria fantástico comprar uma KOMBI para concretizar seu sonho, já que custava relativamente barato, tinha mecânica confiável e com manutenção fácil.

Decidido, partiu em busca de um modelo usado, nos arredores da cidade, chegando ao veículo das fotos, uma legítima e rara KOMBI de fabricação brasileira, ano 1975, importada ainda na década de 70 e que tinha condições de rodar dentro da área urbana.


Depois de restaurar e preparar a KOMBI para a viagem (inclusive a pintura de “zebra”, comum nos carros de safári da África), Christian se preparava para realizar a jornada sozinho, quando Gisela, sua namorada, pediu demissão do emprego e resolveu juntar-se a ele, assim como um amigo de longa data e sua namorada, que também resolveram compartilhar a jornada. Antes de partirem, Gisela ainda conseguiu patrocínio com três grandes empresas, a Kodak, a Goodyear e a Sony, que forneceram todo o material necessário para o registro histórico, cada um em suas respectivas áreas.


Dentre os lugares por onde passaram, como Namibia, Botsuana, Zambia, Malawi, Tanzania, Quenia, Etiopia, Sudão e Egito, Christian conta que a escalada ao Monte Kilimanjaro foi um dos pontos (literalmente) altos da aventura, além das belas praias e os fascinantes desertos por onde passaram.


E a KOMBI ainda reservou fôlego para visitar a Jordânia, Síria, Turquia, Bulgária, Romênia, Hungria, Austria e finalmente Alemanha, onde foi vendida para um colecionador, que a esta altura, com a cobertura da jornada pela mídia local, havia acompanhado toda a viagem e decidiu guardar em sua coleção a “heroína” da aventura.


Muitas histórias ficaram na memória desses aventureiros durante os milhares de quilômetros rodados, como os problemas mecânicos, o contato com tribos e povoados totalmente diferentes, a aproximação de animais selvagens, as dificuldades com o clima e os passeios memoráveis pelos incríveis parques e reservas do continente africano, sendo que Christian promete ainda colocar tudo isso num livro, para contar com detalhes todos os acontecimentos.


E assim terminou esta fascinante odisseia vivida por três pessoas (a namorada do amigo de Christian desistiu da viagem já nos primeiros dias) que resolveram apostar em um sonho, e que acabou rendendo talvez a maior história já contada a bordo de uma KOMBI em terras africanas...

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