Junte os seguintes ingredientes: uma Kombi, uma cama dobrável, um armário, três baús, uma estante, uma TV, um frigobar, um ventilador e um fogão a gás de camping. Pronto. Aí está tudo de que os comerciantes Mitsuoki e Yurico Suwabe, também conhecidos como Casal Kombi, precisam para pegar a estrada e ir a lugares tão distantes quanto Fortaleza (CE) e Barra do Chuí (RS). Faz dez anos que essa receita caseira funciona para a dupla, que também utiliza a Kombi 1991 no dia-a-dia para transportar carga da sua papelaria em São Paulo.Filhos de japoneses, Mitsuoki e Yurico, ou Nico e Dona Maria, como são conhecidos, estão beirando os 60 anos e dão um banho de vitalidade em muito casal de 20. Foram mais de 55000 quilômetros rodados a dois, 24 pneus trocados, 5000 litros de combustível, 500 horas na direção e 21 estados visitados. Com a última viagem a Jaciara (MT), passando pelo Parque Nacional das Emas, em janeiro, o hodômetro da van está para alcançar a marca dos 200000 quilômetros.
De todos os roteiros, Bonito (MS) é a unanimidade. Yuriko elege também Guarapari (ES) e Bom Jardim da Serra (SC). Mitsuoki completa sua lista com a Chapada dos Guimarães (MT) e as dunas de Genipabu (RN). Mas foi em Imperatriz (MA) que viveram a mais inusitada de suas aventuras. Após deixarem um posto, foram seguidos e parados pela polícia. Até barreira de guardas armados os aguardava. Mas tudo não passou de um susto. Era a carreta que vinha atrás o alvo de toda a operação.
Os Suwabe encaram a estrada desde que os quatro filhos eram pequenos. Segundo eles, para conhecer as paisagens que avião nenhum revela. Não gostam de trailer porque teriam que estacionar a “casa” em algum lugar quando chegassem ao destino e quisessem apenas passear. Até se encontram motor homes em Kombi, mas existe outro motivo para fazer uma adaptação por conta própria. Desde pequeno Mitsuoki aprendeu com o pai a gostar de marcenaria. Um dia retirou os bancos traseiros e mediu o espaço livre. Projetou e construiu cada peça de madeira que leva em suas viagens nesse bem-resolvido crossover amador.
O caprichoso projetista de fim de semana cobriu com fórmica parte da forração interna e com madeira o estepe atrás do banco dianteiro. Também construiu os armários removíveis. E ainda sobrou espaço. Eles gastam apenas 10 minutos para armar toda a mobília dentro do veículo.
A idéia de trocar a Kombi por uma Besta, uma H100 ou outra van mais moderna não entusiasma a dupla. Desde que ele comprou sua primeira Kombi, em 1973, virou um grande fã da simplicidade mecânica e da robustez do carro. “Já saímos com o motor batendo de São Paulo, precisando de retífica. Mas só paramos em Fortaleza”, diz Nico.
Nas viagens, a direção é dividida e o pernoite ocorre campings, hotéis ou postos de gasolina. Nesses casos, as cortinas nos vidros garantem a privacidade. Apesar do preciosismo no projeto, o Sr. Sawabe errou nas medidas da cama. Precisou serrar o estrado e arranjar um colchão menor. Mas não reclamou. “Ah, tudo bem, assim a gente dorme mais juntinho, né?”
* Fabiano Pereira/Revista Quatro Rodas.
Olá!
ResponderExcluirPor gentileza, gostaria de saber se vc conhece algeum em sp que possua uma kombi - trailler de viagem?
preciso com urgencia,
att,
carol
carol@abest.com.br