VW Brasília 1980 faz a alegria de engenheiro depois de 17 anos
A Volkswagen Brasilia acaba de completar 40 anos. Desenvolvido no País, o carro faz parte da vida de uma legião de brasileiros, como o engenheiro Fabio Rufino "desde que ele se entende por gente", como faz questão de ressaltar. Seu pai teve quatro (1974, 1975, 1977 e 1978). Ele diz que esta última, cor verde, o marcou de forma especial. "Eu tinha quatro anos e já sonhava ter uma."
Em 1992, aos 18 anos, Rufino passava por ruas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, quando viu, em uma casa, um exemplar de 1980 bem parecido com o que seu pai tivera. "Como não havia anúncio de venda, resolvi acompanhar a ‘rotina’ do carro para ver se descobria algo. Sempre ficava de olho no vai e vem dele, mas me sentia intimidado de me aproximar dos proprietários e perguntar."
A "paixão platônica" de Rufino pela Brasilia verde durou 17 anos. Em 2009, ele falou do carro para a esposa, Andrea, que o encorajou a procurar os donos. Após tocar a campainha da casa, ele foi atendido por uma senhora de 82 anos e foi logo perguntando se ela gostaria de vender o carro. Ao entrar no VW, ele constatou que o hodômetro marcava apenas 43 mil quilômetros. A conservação era tão boa que ainda há pedaços de plástico de proteção nos bancos.
Assim que comprou a Brasilia, por R$ 7.500, Rufino providenciou uma revisão mecânica, repintura e cinco pneus novos. "Os que estavam nele ainda eram os de fábrica. Essa ‘mini obra’ custou mais do que o preço que paguei por ele", conta. Logo que concluiu a reforma, o engenheiro fez questão de levar o carro para a ex-proprietária ver. Dois anos depois, ela faleceu.
Rufino conta que costuma andar com a Brasilia uma vez por semana e só a abastece com gasolina de alta octanagem. O motor boxer 1.6 gera cerca de 65 cv e o câmbio é manual de quatro marchas. Agora, o objetivo do engenheiro é conseguir as placas pretas para o modelo. Ele até marcou a vistoria, que vai ocorrer ainda neste mês.
* Belisa Frangione/Jornal do Carro.
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