Jeep Willys feito durante a 2ª Guerra Mundial é reformado e caracterizado como um veículo da FEB. Para reunir acessórios militares, proprietário precisou garimpar muito.
A ideia de reformar um jipe dando características militares não é novidade, afinal, o carro nasceu mesmo com objetivos bélicos. O original desse Jeep Willys, de 1942, foi a caracterização como um veículo usado pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Campanha da Itália. Não é para desmerecer os outros, mas o comum é encontrar esses veículos com decoração do Exército americano. O proprietário, Adriano Ventura, conta que a reforma durou seis longos anos. O veículo passou por uma inspeção e obteve a placa preta, de coleção, que atesta sua originalidade.
O utilitário ganhou nome e patente: General Lameiro. Pelo ano de fabricação, 1942, de fato, trata-se de um veículo feito com objetivos militares, já que suas primeiras versões civis foram feitas depois do término da 2ª Guerra Mundial. O Museu da FEB de Belo Horizonte convocou o jipe para desfilar no 7 de Setembro, feriado da Independência, boa oportunidade para conhecer esse veterano com 68 anos de existência (65 anos na reserva!).
O dono anterior descobriu o jipe numa fazenda de Itabira, Região Central de Minas Gerais. Ele arrematou o veículo completamente desmontado, faltando algumas peças, nem todas originais. O objetivo era reformar o “guerreiro”. O veículo aguardou pacientemente por 10 anos na garagem, até que o dono resolveu “passar a bola”. Adriano conta que comprou o veículo em estado de sucata. Para chegar a um bom resultado de funilaria, lanternagem, pintura e mecânica, o jipe passou por muitos profissionais, alguns nem tão bons assim, parte pela qual o proprietário agradece ao amigo Carlos Daher pelas dicas e indicações.
O Primeiro
Já que se trata da primeira geração do Jeep, este modelo tem características que não são muito comuns: faróis embutidos (que podem ser rebatidos para iluminar o motor), rodas formadas por duas peças fixadas por parafusos (que permitem a montagem com o uso de poucas ferramentas), porta-luvas, caixa de ferramenta e encaixe para a metralhadora fixado ao chassi. Os acessórios militares foram sendo adquiridos em feiras e exposições. “Quando você conhece a historia do veículo, vai desenvolvendo um olho clínico para reconhecer acessórios e peças. Então, em encontro de antigos você bate o olho e já sabe”, explica Adriano.
O General Lameiro tem peças de várias partes do Brasil e do mundo. As rodas vieram do Uruguai. A azeitadeira (usada para lubrificar) veio da França. Nos Estados Unidos foi encontrada a engraxadeira, os faróis, pá e machado, botões do painel e retrovisor. Numa feira militar de Curitiba, foi adquirido um radiocomunicador. Em Lindoia, a bomba de encher pneu. O Rio de Janeiro é um bom fornecedor de peças: regulador de voltagem, grade original, caixa de marcha, outro radiocomunicador, volante, telégrafo e suporte de metralhadora.
* Pedro Cerqueira/Jornal Estado de Minas.
Parabéns, amigo. Lindo jeep. Se quiser vender, estou na fila. Meu email: pedropauloaa@uol.com.br
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