terça-feira, 25 de junho de 2013

>>> É DO BRASIL!


Mitsubishi ASX começa a ser fabricado no Brasil e parte de R$ 83 mil

A Mitsubishi nacionalizou mais um modelo da sua gama no Brasil. Dessa vez foi o utilitário esportivo ASX, importado desde o final de 2010 e que passa a ser fabricado em Catalão (GO), com conteúdo cerca de 65% nacional – valor que deve atingir 80% em um ano, segundo a MMC, empresa de capital 100% local que tem a representação e licença para produzir desde 1991. O modelo nacionalizado tem poucas diferenças em relação ao estrangeiro, inclusive no preço, que ficou apenas R$ 1 mil mais barato, partindo de R$ 83.490 na versão manual com tração 4x2.
 
 
A montagem do veículo no país faz parte de um plano de investimento de cinco anos orçado em R$ 1,1 bilhão, que termina em 2015 e vai dobrar a capacidade produtiva da planta no sul de Goiás para 100 mil unidades ao ano. O projeto também prevê a produção de cinco novos produtos, dos quais o ASX é o quarto, deixando para 2014 a nacionalização do Lancer. Em março do ano que vem também deve entar em operação o novo prédio da pintura de veículos, que eliminará o maior “gargalo” de produção atualmente.
 
 
De acordo com o presidente da MMC Automotores, Robert Rittscher, a produção do ASX teve de ser antecipada em cerca de seis meses para cumprir os requisitos do programa Inovar-Auto. Desse modo, a nova fábrica de motores ainda não produz uma opção flex. Recentemente, os concorrentes Kia Sportage e Honda CR-V chegaram ao Brasil com essa opção - entre os rivais diretos apenas a Chevrolet Captiva também segue sem propulsor bicombustível. Entre os itens que ainda devem demorar a ser nacionalizados, estão o câmbio CVT e os para-lamas dianteiros em Noryl, que ajuda a reduzir eventuais impactos.
 
 
Até maio, foram vendidas 4,7 mil unidades do ASX, e a partir da nacionalização a estimativa é de emplacar mais 6,5 mil, totalizando 11,2 mil, dentro de um segmento que a Mitsubishi acredita ter potencial para 138 mil em 2013. No próximo ano, a montadora prevê aumento para 15,6 mil unidades do ASX – 50% das vendas devem ser do modelo com câmbio CVT e tração AWD, que custa a partir de R$ 99.990. Há uma outra versão intermediária, com CVT e tração 4x2, que sai por R$ 89.490.

Teste

Aceleramos o ASX topo de linha fabricado em Catalão nas estradas próximas à fábrica. Por fora, a mudança mais notável é o uso de rodas de aro 18 – na versão importada eram de 17 polegadas. Para entrar no carro, o motorista não precisa usar a chave, basta tê-la no bolso e abrir a porta. O interior é praticamente todo preto, o que deixa o painel central um tanto “apagado”, mas os bancos de couro com aquecimento e ajuste elétrico para o motorista são confortáveis – não que a cidade goiana necessite de bancos aquecidos, mas só de saber que o botão está ali, caso uma mudança climática aconteça, dá uma sensação de aconchego.
 
Para dar a partida, a chave também pode continuar no bolso, graças ao botão start/stop. Feito no Brasil, o motor é o mesmo para todas as versões: 2.0 l de 4 cilindros e 16 válvulas, com comando variável e 160 cavalos de potência. O propulsor deve ser aliado a um câmbio CVT (Transmissão de Variação Contínua, em inglês) em cerca de 95% das vendas, enquanto o manual deve ser preferência para apenas 5% dos clientes, segundo expectativa da Mitsubishi.
 
 
Ao sair com o carro, já é possível perceber a atuação do CVT, que possibilita aceleração contínua, sem o mínimo solavanco, já que não tem engrenagens propriamente ditas – ele possui duas polias de diâmetro variável, ou seja, não há trocas. Um sistem também analisa o modo de dirigir de cada motorista, adaptando a transmissão. No entanto, ao pisar fundo pela primeira vez para uma ultrapassagem, por exemplo, o motorista desacostumado com este câmbio vai estranhar o motor trabalhando perto de 6.500 RPM, sem descanso, até ele soltar um pouco o acelerador.
 
Para quem se incomodar com este comportamento há duas opções: as borboletas no volante ou o modo sequencial na manopla, que simulam mudanças de marcha mais esportivas e um modo de dirigir mais próximo do brasileiro. Conforme a fabricante, o câmbio CVT ajudará a reduzir o consumo de combustível (um dos requisitos do Inovar-Auto), com média de 8,4 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada. A combinação ainda garante ao ASX uma velocidade máxima de 194 km/h.
 
 
No console central, é possível alterar a tração entre 2WD, indicada para uso urbano e economia de combustível, 4WD com distribuição automática de tração para pistas sinuosas, e Lock que trava a distribuição em 50% para cada parte, oferecendo maior segurança em pisos com pouca aderência. Em um trecho de estrada de terra de via única, acionamos a 4WD e foi aí que se destacou outra mudança do crossover brasileiro: a suspensão foi elevada em 15 mm e recalibrada.
 
Em testes, a Mitsubishi afirma que teve uma resposta 10% melhor com o novo acerto, na comparação com o modelo importado até então. De fato, o prazer de guiar o ASX em um terreno acidentado é maior do que na estrada. Infelizmente o passeio “off-road” foi interrompido por vacas, que insistiam em desfilar na área de testes.

* Peter Fussy/Portal Terra.

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