quarta-feira, 7 de agosto de 2024

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Volkswagen Transporter T7: nova Kombi é turca e fabricada na Ford

É comum dizer que a minivan elétrica I.D. Buzz é a “Kombi do século XXI”. Essa ideia tem apelo, rende manchetes, mas não é lá muito precisa. Na verdade, quem descende diretamente das Kombis que conhecemos no Brasil é a linha Transporter, da Volkswagen Nutzfahrzeuge, divisão de veículos comerciais da marca alemã.



Explica-se: a Volkswagen do Brasil produziu apenas as duas primeiras gerações da Kombi. Começou pela T1, vulgo “Corujinha” (1957-1975), e esticou a vida da T2 “Clipper” até não poder mais (1976-2013). A produção só foi encerrada porque a T2 não podia receber os airbags, hoje obrigatórios pela legislação.

Enquanto na fábrica da Via Anchieta a Kombi ficou congelada no tempo, na Alemanha, a linha Transporter continuou a evoluir. Vieram as gerações T3 (1979, a última com motor boxer traseiro), T4 (lançada em 1990, com motor transversal dianteiro, e que chegou a ser exportada para o Brasil), T5 (2003), T6 (2016) e, por fim, a T7 (em 2022).

Inicialmente, a linha T7 foi lançada apenas com o modelo Multivan, uma luxuosa minivan, considerada um carro de passeio (e não veículo para trabalho). Enquanto isso, os modelos Transporter e Caravelle, feitos para serviços pesados, continuaram na geração T6.

Somente agora é que a dupla Transporter e Caravelle chega ao modelo T7 - mas vem mais confusão nessa história. Tentaremos explicar…

Parceria VW-Ford

Enquanto a T7 Multivan é feita sobre a plataforma MQB Evo (usada nos atuais Audi A3 Mk4 e VW Golf Mk8), os novos Transporter e Caravelle, bem maiores e mais robustos que a Multivan, têm uma origem totalmente diferente - são baseados nos veículos comerciais Tourneo e Transit Custom, fabricados pela Ford Otosan, na Turquia. Sim: as novas Kombi alemãs, quem diria, serão modelos da Ford disfarçados... Isso é parte do acordo entre Ford e VW para o desenvolvimento de novos carros.


O parentesco com os Ford é particularmente visível nas dimensões gerais e na linha de cintura, bem como na traseira, mas a Volkswagen fez um esforço considerável para criar uma dianteira com identidade própria, lembrando a da geração T6. Os Ford Transit e os VW Transporter dividirão a mesma linha de produção, em Kocaeli, a 100 quilômetros de Istambul. Já a T7 Multivan continuará a ser fabricada em Hanover, na Alemanha.

A sétima geração do VW Transporter será oferecida em quatro versões de carrocerias: furgão simples (para transporte de mercadorias), furgão Plus (com espaço de carga reduzido para abrigar uma segunda fileira de assentos), Kombi (para transporte de passageiros) e picape cabine dupla (com entre-eixos alongado). Opcionalmente, a Kombi e o furgão também poderão sair com teto alto e entre-eixos longo.

Há ainda a Caravelle, uma van com capacidade para nove passageiros, voltada para transporte executivo - seu acabamento é bem superior ao da Kombi, mas inferior ao da Multivan. E está de volta a versão Panamericana, com jeitão aventureiro e suspensão mais alta, entre outros detalhes para encarar o fora-de-estrada.

Motorização

A motorização é bem variada. Os VW Transporter T7 turbodiesel saem em versões de 110 cv, 150 cv e 170 cv. Já o sistema híbrido plug-in (eHybrid) rende a potência combinada de 232 cv. As versões 100% elétricas podem vir com motores de 136 cv, 218 cv ou 286 cv, e bateria de 64 kWh. Além destas, haverá uma versão elétrica voltada para o transporte urbano, com potência e bateria reduzidas.

Os modelos turbodiesel (TDI) e eHybrid têm tração dianteira, como seus irmãos Ford Transit. Opcionalmente, a tração integral 4Motion está disponível para os Transporter TDI a partir de 150 cv. Os modelos totalmente elétricos têm tração traseira (como as velhas Kombi) e há uma versão com tração integral planejada para um futuro próximo.

Por dentro

A partida é por botão, ao lado do quadro de instrumentos digital, de 12”, e da tela multimídia de 13”. A alavanca de freio de mão foi suprimida, dando lugar a uma tecla no centro do painel. Também foi eliminada a alavanca do seletor da transmissão, abrindo mais espaço na cabine.

Todas as versões terão faróis e lanternas traseiras de LEDs, além de volante multifuncional, assistente de manutenção de faixa, sistema de frenagem de emergência e leitor de sinais de trânsito. O furgão agora também vem de série com uma divisória. A Kombi conta com três assentos individuais na segunda fileira e um sistema de áudio com seis alto-falantes. Um belo pacote para veículos feitos para trabalho pesado.

Dimensões

As versões standard dos novos Transporter têm 5,05 m de comprimento (14,6 cm a mais que a geração T6). Seu entre-eixos aumentou em 9,7 cm, passando a 3,10 m, com uma opção de entre-eixos alongado em 40 cm (comprimento total: 5,45 m). A largura máxima entre os arcos das rodas também aumentou, passando a 1,39 m. Segundo a VW, paletes europeus podem ser acomodados com facilidade.

No Transporter com entre-eixos normal, o assoalho do compartimento de carga mede 2,60 m de comprimento; com o entre-eixos alongado, o comprimento do espaço de carga cresce para 3 metros. Graças ao aumento nas dimensões, a VW conseguiu aumentar significativamente o volume de carga do furgão: nas versões com entre-eixos normal, o volume de armazenamento agora é de 5,8 metros cúbicos. As versões com entre-eixos longo e teto alto podem acomodar até 9 metros cúbicos de carga.

Os Transporter T7 serão lançados na Alemanha no início de 2025. O furgão terá preços a partir de 36.780 euros (R$ 225.800, na conversão direta) e a picape cabine dupla custará 39.130 euros (R$ 240.200).

* Jason Vogel/Motor 1.

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