quinta-feira, 16 de março de 2017

>>> NA KOMBI TEM


Família transforma Kombi em loja
e busca clientes por ruas da cidade

Uma Kombi ano 1998, comprada em 2013 como forma de investir dinheiro estava sem utilidade para os proprietários até que Gisele Arruda, de 46 anos, teve a ideia: transformar o veículo em uma loja ambulante personalizada. O objetivo era vender os produtos de artesanato feitos pela mãe de Gisele e aumentar a renda da família de Campo Grande. Na prática, a diversidade de produtos aumentou e hoje "Na Kombi Tem" vende artigos para decoração da casa e para presentes, objetos pessoais, bolsas, casacos, pó de café e pinga.


A proposta de Gisele foi feito ao marido Cassio Banchieri, de 48 anos, e à mãe, Vera Celita Fonseca Arruda, de 64 anos, há cerca de um ano, mas só se concretizou no começo de maio, na primeira viagem da família com a Kombi já personalizada. O destino foi a Festa da Farinha, em Anastácio, a 134 quilômetros da capital sul-mato-grossense.

Idealização

O veículo foi comprado pelo marido de Gisele e um cunhado. "Depois eles não conseguiam vender essa Kombi. Daí meu marido estava vendo um site para anunciar o carro e surgiu a ideia na minha cabeça. Na época ninguém deu importância, até porque todo mundo trabalha em outros ramos", explicou Gisele, que é representante comercial.


Alguns meses depois, em uma reunião em família, o assunto da Kombi voltou. "Minha mãe perguntou porque a gente não inventava alguma coisa diferente na Kombi, então eu aproveitei e falei: vamos fazer. Sabe como é né? Se você pensar muito acaba não apostando na ideia", comentou.

Gisele conta que tinha cada detalhe planejado na cabeça e com argumentos diversos conseguiu convencer dona Vera a comprar a outra parte da van, que o cunhado havia investido. A prioridade era dar utilidade ao veículo e ao mesmo tempo poder vender os panos de prato feitos por dona Vera.

A idosa diz que aprovou a ideia e não se arrepende de ter apostado no desafio. "Foi uma superação para gente, mas como eu sempre fiz panos de prato e a Gisele coisas artesanais gostei muito da possibilidade de vender esses produtos e rodar a cidade, conhecer gente nova, clientes novos, lugares diferentes", explicou.

Trabalho em família

O projeto envolveu toda a família e teve a ajuda fundamental da irmã caçula, que é publicitária. "Ela sugeriu cada detalhe para adesivar a Kombi, fez os cartões de visita, criou as páginas nas redes sociais. Toda a família se mobilizou nessa loucura, as outras irmãs também, o irmão, a sobrinha", contou.


Cássio é o motorista oficial e dona Vera a passageira. Gisele geralmente vai em outro carro para acompanhá-los, já que a Kombi só tem dois bancos na cabine. Antes o veículo era usado, pelo antigo proprietário, como transporte escolar. Os bancos foram retirados para dar espaço às caixas com produtos. As janelas foram tampadas com forro branco para dar impressão de parede e telas foram colocadas para pendurar os produtos.

Enquanto o carro era adesivado e adaptado, Gisele e o marido viajaram até Minas Gerais onde compraram boa parte dos produtos de artesanato que vendem. Depois começaram a programar os destinos que iriam percorrer em busca de clientes.

Público

Pontos turísticos, eventos religiosos, shows e atividades em praças onde tenha aglomeração de pessoas são os locais preferidos para a Kombi. Nestes pontos, a família estaciona a Kombi e começa a retirar das caixas os produtos, que serão expostos. A compra pode ser feita em dinheiro ou no cartão de débito e crédito.

Dez minutos é o tempo suficiente para que tudo seja colocado em ordem. E na hora de embora eles voltam a guardar os objetos dentro da própria Kombi. "O custo de abrir uma loja é muito alto e a gente não tinha capital", avaliou. Outro ponto positivo do empreendimento foi a mobilidade. "Agora podemos ir até os clientes", explicou.

Apesar das facilidades, a família também teve a preocupação de formalizar a atividade. Para isso, procuraram o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), onde buscaram orientações de como abrir a Microempresa Individual (MEI). "As pessoas têm gostado da ideia, dos produtos e principalmente dos preços", contou orgulhosa.

Com a boa aceitação dos clientes, a família espera tirar o investimento que fez na Kombi nos próximos meses. "A parte de personalização já conseguimos pagar nesse primeiro mês de trabalho na Kombi. Agora faltam os produtos que vão se pagando conforme vendemos", planejou Gisele.

* Gabriela Pavão/Portal G1.

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