Quem substituirá a Kombi?
A concorrência da Volkswagen Kombi está de olho nos consumidores que ficarão órfãos a partir de janeiro de 2014, quando o modelo, por força de lei, deixará de ser fabricado. Nesta data, somente poderão ser fabricados ou importados veículos que tenham freios ABS e airbags, equipamentos totalmente inviáveis de serem instalados na Kombi por se tratar de um projeto extremamente antigo (da década de 50). No caso de caminhões e ônibus, a obrigatoriedade é somente dos freios ABS.
A Kombi, um ícone da indústria automobilística brasileira, é o veículo mais antigo em produção atualmente no mundo. Sem receber investimentos significativos para atualizações tecnologias, o modelo ficou parado no tempo. Atualmente a Kombi é um sucesso de vendas (foi líder de vendas em 2012, com 26 089 unidades emplacadas) mais por causa do seu preço do que por ser um ícone.
A versão furgão da Kombi zero km, segundo a tabela Fipe, custa R$ 44.250. O segundo furgão mais vendido no Brasil em 2012 foi o Fiat Ducato (10 160 unidades), que parte de R$ 76 620, ou seja, a Kombi custa R$ 32 370 mais barato. Tirando o preço, a Kombi é inferior em tudo em relação aos concorrentes (leva menos carga, motor gasolina e/ou álcool em vez de diesel, insegura, sem conforto, tem desempenho fraco etc). Assim, deduz-se que a maioria dos clientes da Kombi somente a compram por causa do seu preço e dificilmente terá condições de pagar quase o dobro por um outro furgão no mercado.
Até o momento, não há nenhuma vestígio de que a Volkswagen lançará outro veículo no lugar e, mesmo que lançar, não custará menos do que os quase R$ 80 mil dos concorrentes, pois terá que ser um projeto moderno e com as tecnologias em uso no mundo.
A grande saída, por enquanto, para os órfãos da Kombi poderá ser o mercado de furgões usados. Por R$ 46 mil, por exemplo, já é possível comprar um Fiat Ducato ano 2010.
* Marcos Villela/Transporte Mundial.
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