Morar em uma "casinha" que pode trafegar pela Europa impulsionada por nada menos que 500 cv de potência é um privilégio para poucos!As tradicionais casinhas suecas têm suas dimensões não muito distantes as do caminhão Scania Longline. Tanto é que o seu proprietário, Roland Singer, o conceituou de caminhão casa. Há alguns de seus colegas que desdenham do veículo e se aproveitam para comparar o “grandalhão” a um contêiner de lixo, por causa da sua cor laranja. Nem por isso, o Scania de Singer, muito conhecido na cidade de Wolfsbach, na Bavária, deixa de ser sublime e o mais autêntico caminhão para morar do mundo.

Vale mencionar, porém, que mesmo antes de ser pintado, o que deixa o veículo mais atrativo, ele já chamava a atenção devido o seu DNA. Em 2003 a fabricante Scania apresentou o que naquele período seria o seu novo conceito de caminhão com cabine estendida, ou seja, mais comprida em relação à tradicional, denominada de “eXc” que resultou no escandaloso Longline. Com 1300 mm maior no comprimento, o modelo da marca da Suécia, rendeu um ganho no espaço interno que significa um plus no que diz respeito à comodida para o motorista. Pertencente à série R, ele não possui nada de convencional e isso contribuiu para que alguns clientes da marca se inspirassem ainda mais e personalizassem o seu Longline R. Foi o que fez Roland Singer, quando, em dezembro de 2007, ainda com o caminhão branco, o levou para a ACM, empresa belga especializada em personalização de veículos comerciais. Essa companhia é referência na modificação de caminhões por toda a Europa; nomes conhecidos naquele continente como o do suíço Max Steffen, também deixou seu Scania para que fosse ampliado em cerca de 1 m de comprimento.

Já o Scania Longline de Roland Singer, estendeu 1, 40 cm de cabine, num intuito de aumentar ainda mais o ambiente da “sala de estar”, nesse caso, agora, pelas mãos dos mecânicos da ACM. E foi sob a tutela de Sacha Zeimers, diretor de projetos da ACM, que os especialistas desenvolveram um projeto para a cabine. A primeira etapa da transformação aconteceu no momento em que o Scania foi erguido e, com a ajuda de um maçarico, a parede lateral da cabine original e a traseira se separam atrás da janela lateral estilizada. Essa extensão é finalizada por uma espécie de saia, que garante a homogeneização das modificações propostas. São incontáveis os acessórios colocados no supertruck; há quem brinque pelos corredores daquela oficina que todos os itens existentes nas estantes da ACM foram instalados nesse Scania. E vale uma ressalva, muitos deles foram feitos artesanalmente. Os mecânicos da ACM tinham uma vantagem às mãos: puderam desenvolver um estilo mais livre no que diz respeito à pintura do Scania, justamente porque ele já contava com as paredes laterais mais extensas.

A agudez da cor do veículo foi inspirada num Ford Focus ST e o design do tribal elaborado por Singers, ou melhor, não totalmente já que a sua companheira Sigrid London, por meio de ferramentas digitais, deu um alinhamento ao símbolo. A reconstrução da cabine do caminhão que carrega nos seus três eixos, 500 cv de potência, parece não ter fim.


* Fernando Fischer/Transporte Mundial.
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