Mercedes-Benz lança Linha Axor Premium, que introduz o câmbio semi-automatizado ComfortShift e os freios ABS como equipamentos de série.
De janeiro a junho deste ano, foram vendidos 4.433 pesados Axor no país, cerca de 20% das vendas totais de caminhões Mercedes-Benz no período. Desde o lançamento da Linha Axor, em 2005, a marca superou o patamar de 40.000 pesados no volume acumulado até junho deste ano. Na esteira dessa boa presença de mercado, a montadora anunciou o lançamento da linha Axor Premium, com destaque para a introdução do câmbio Mercedes-Benz ComfortShift e do freio ABS como itens de série para os modelos Axor com motor OM 457 LA de 12 litros. Esse câmbio semi-automatizado é o mesmo que já equipa os caminhões Actros.
A novidade, contudo, acabou destacando um detalhe fora do script: a nomenclatura, aparentemente, já tinha dono. Comfort Shift – CS, com a grafia separando as palavras, é uma solução que já existia no portfólio da concorrente Scania, para quem o nome identifica um sistema eletropneumático aplicado em ônibus, como na série K, que reduz o esforço do motorista para as trocas de marcha. Isso, no mínimo, torna questionável informação da Mercedes, de que seria a primeira e única fabricante no país a oferecer esses avançados componentes como itens de série.
A comercialização da nova linha começa agora em julho, com metade da linha off-road, cuja oferta será concluída em agosto. No próximo mês, além de completar a gama dos fora de estrada, a Mercedes vai começar a vender também os Axor rodoviários, processo a ser concluído em setembro. Para a montadora, a opção semi-automatizada, com pedal de embreagem, é mais adequada a um lançamento que pretende educar o motorista mas, com o tempo, esse espaço deverá ser ocupado por uma versão totalmente automatizada, sem pedal.
Na avaliação da montadora, com o desenvolvimento cada vez maior do transporte ocorre também, de forma natural, uma evolução tecnológica no mercado. “O Brasil está amadurecendo cada vez mais para receber novas tecnologias e novas soluções”, diz Eustaquio Sirolli, gerente de Marketing de Produto – Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. “Nesse contexto, o ComfortShift é um componente bastante adequado”. Tanto que em caso de interesse do cliente, o conjunto poderá ser aplicado em veículos mais antigos, a um custo de R$ 2,5 mil pela caixa e mais R$ 2 mil pela ABS.
A linha Axor Premium, identificada por um logotipo aplicado nas portas do caminhão, determina o uso conjunto dessa nova transmissão e do freio ABS como item de série para toda a gama com motor OM 457 LA de 12 litros ou seja, doze modelos em um total de dezesseis. A questão é técnica, pois é o ABS que faz a leitura de dados de rodagem para o câmbio. A configuração vale para os modelos on-road 4x2 (Axor 2035, 2040 e 2044) e para os off-road 6x4 (Axor 3340, 3344, 4140 e 4144). O ABS já era um item de série para os caminhões on-road 6x2 (Axor 2535, 2540 e 2544) e on-road 6x4 (Axor 2640 e 2644).
Evolução à Mão
O câmbio semi-automatizado ComfortShift substitui a alavanca de troca de marchas por uma manopla do tipo “joystick”, o que proporciona muito mais facilidade de operação, com significativo aumento de conforto para o motorista. Além disso, oferece maior durabilidade para o câmbio e o trem de força do caminhão e otimiza o consumo de combustível da frota.
“O ComfortShift é um novo sistema de trambulação para o já conhecido câmbio Mercedes-Benz G-240, de 16 marchas, porém com acionamento eletropneumático controlado eletronicamente”, diz Eustaquio Sirolli. “Como decorrência, não há mais a alavanca de mudança, que é substituída pelo joystick”.
Os engates do ComfortShift são selecionados eletronicamente e a marcha escolhida é engrenada de forma pneumática assim que o motorista pressiona o pedal da embreagem. Com isso, as mudanças são efetuadas por meio de curtos e suaves movimentos. A marcha engrenada, a pré-selecionada ou ainda a recomendada é mostrada no display do painel de instrumentos, orientando de forma clara o motorista. Como o sistema exsige que o motorista use o pedal de embreagem para confirmar a troca de marcha, essa tecnologia torna impossível o uso da banguela, o que representa significativo recurso de segurança.
A diferença fundamental entre o câmbio G-240 com alavanca e o ComfortShift é o sistema de engate de marcha. No modo mecânico, a alavanca é acionada manualmente pelo motorista, com pressão simultânea do pedal de embreagem. No ComfortShift, o acionamento é eletropneumático, não havendo mais uma ligação mecânica entre o setor de marchas e a caixa. Este sistema utiliza o pedal de embreagem, sendo necessário o seu acionamento para a efetivação de todas as mudanças. As relações de transmissão de cada marcha permanecem inalteradas, assim como as relações do eixo traseiro.
O novo câmbio também minimiza os erros de operação e permite que o motorista dirija de forma mais concentrada. Outra importante vantagem do ComfortShift é o potencial de otimização no consumo de combustível da frota, graças ao aproveitamento mais preciso das mudanças de marcha e a uma mudança na forma de condução dos caminhões. Entre os benefícios dessa tecnologia inclui-se ainda uma maior vida útil do caminhão, porque o ComfortShift evita abusos, oferecendo maior proteção e durabilidade para o câmbio e para todo o trem-de-força.
Destaques em Vendas
Alguns caminhões Axor vêm obtendo um expressivo crescimento de vendas em 2010. No segmento rodoviário, o grande destaque é o Axor 2544 6x2, o best seller da marca, com 1.129 unidades vendidas entre janeiro a junho deste ano, contra 134 no mesmo período do ano passado, o que representa mais de 700% de crescimento.
Entre os modelos fora-de-estrada, desponta o Axor 3344 6x4, o mais vendido da marca neste segmento, com 675 unidades no primeiro semestre, representando 47% de aumento de vendas em relação a 2009, quando foram comercializadas 458 unidades do modelo no mesmo período.
* Roberto Queiroz/Revista Transpoonline.
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