Kombi 1960 é volta à infância de empresário
A infância do pequeno Gino, nos anos 1970, teve a presença de uma personagem muito especial: a “Kombosa do Nonno”. Tratava-se da perua Volkswagen em que seu avô o levava para brincar no bairro do Butantã, na zona oeste da capital – ele descia as ladeiras da Cidade Universitária em um carrinho de rolimã.
O garoto cresceu, tornou-se empresário e, cinco décadas mais tarde, decidiu reviver parte desse saudoso passado. Quando ficou sabendo da existência de uma Kombi Luxo 1960 à venda no Rio de Janeiro, Gino ficou tão empolgado com a possibilidade de reconstruir a Kombosa da infância que fechou negócio sem ao menos ter visto o veículo.
“Quando finalmente a vi, foi uma decepção. Ela havia sido mal reparada após um acidente e estava bastante judiada, uma verdadeira sucata! Tive de refazê-la inteira. A única coisa que deu para aproveitar foi o nome Kombi”, brinca.
O jeito foi sair à caça de peças – o manual do proprietário, por exemplo, foi comprado no mercado de pulgas do encontro da Luz, no centro da capital – e se cercar de profissionais que o ajudassem a fazer nascer uma nova Kombosa.
A carroceria foi recuperada em uma oficina de São Paulo, enquanto um especialista de Curitiba retificou o motor Volkswagen 1200 de 36 cv, que Gino ganhou de presente de um amigo. A cereja do bolo foi o acabamento interno, refeito por um tapeceiro que atua há 30 anos no ramo automotivo. “Os revestimentos, de couro cinza claro, ficaram perfeitos. A cabine está agora mais bonita que a do meu Gol 2014 de uso diário”, empolga-se o empresário.
Depois de dois anos de restauração, a Velha Senhora dá seus primeiros rolês com o novo dono, que não cabe em si de contentamento. “É uma volta ao passado muito prazerosa”, afirma o empresário. “Ao mesmo tempo, é uma aventura enfrentar o trânsito com um carro que tem direção pesada e um motor que não foi feito para os dias de hoje.”
Assim como um pai com o filho recém-nascido nos braços, Gino sonha e faz planos ao volante de sua Kombi. “Quero curti-la muito, pegar a estrada nos fins de semana, ir até Campinas ou Jundiaí, almoçar por lá e voltar. Antes disso, só preciso rodar uns 500 km para ‘amaciar’ o motor, testar o carro e pegar confiança.”
* Thiago Lasco e Felipe Rau/Jornal do Carro.
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