Fiat Doblò deve renascer na Argentina depois de morrer no Brasil
Depois de 20 anos no Brasil, a primeira geração da Fiat Doblò está com os dias contados em terras tupiniquins. O Proconve L7, nova legislação de emissões de poluentes que entrará em vigor no país, será o responsável por matar a minivan.
Mas esse não deve ser o fim do modelo na América do Sul, pois o utilitário tem previsão de começar a ser produzido na Argentina já em 2022. A informação veio da IHS Markit, consultoria internacional especializada na indústria automotiva que mapeia plataformas e produções do segmento em diversos países.
A consultoria publicou um relatório no qual informa que a próxima geração da Doblò será produzida na Argentina na fábrica da antiga Peugeot-Citroën (agora pertencente ao grupo Stellantis, dono da Fiat) em El Palomar.
Lá também são feitos os furgões Peugeot Partner e Citroën Berlingo, o que significa que é muito provável uma sinergia entre os modelos no compartilhamento de plataforma (a EMP2, originária da PSA) e de diversos componentes. No documento, a IHS Markit também informa que a Doblò hoje fabricada em Betim (MG), será descontinuada em breve no Brasil.
O Fiat Doblò foi lançado no Brasil em 2001 e até então não trocou de plataforma em nosso mercado. Na Europa, a segunda geração foi apresentada em 2010. Tanto do lado de cá do oceano como do lado de lá, o utilitário já fez muita hora extra. A diferença é que aqui ele já é considerado um dinossauro sobre rodas, prestes a ser extinto, enquanto no Velho Continente ele começa a sentir os primeiros sinais da defasagem.
Por isso, acredita-se que a Fiat irá apostar em uma terceira geração, completamente repaginada e com novo motor. E a resposta pode estar justamente no compartilhamento da base EMP2 e da carroceria do novo Citroën Berlingo.
Não há informações de como será a nova Fiat Doblò visualmente, mas o designer Kleber Silva se aventurou em uma projeção em que o modelo aparece com uma frente com muitas referências da picape Fiat Strada, mas mantendo as tradicionais portas laterais corrediças.
Caso ganhe uma nova geração, a Fiat Doblò deve ser oferecida em configurações de sete lugares para o transporte de passageiros e em uma variação para transporte de carga.
A aposta mais provável seria no uso dos motores 1.0 e 1.3 turboflex da família GSE. O primeiro fará sua estreia no Fiat Pulse, em outubro, e ainda não teve sua potência revelada, mas o segundo gera 180/185 cv de potência (gasolina/etanol), e já é usado pelos novos Jeep Compass e Commander, além da Fiat Toro. Também se fala de uma possível versão híbrida, mas talvez seja uma ideia muito ambiciosa para curto prazo, ficando para mais adiante.
As informações são escassas, por isso ainda é cedo para dizer se o modelo vem ou não para o Brasil. O que podemos dizer é que os números indicam que a nova geração seria bem recebida por aqui. E que, caso a produção se confirme na Argentina, seu lançamento em nosso mercado se tornará iminente.
Se com mais de 20 anos nas costas, visual datado, motor fraco, sem tecnologia e comercializado em versão única de R$ 125.000, o Fiat Doblò se mantém entre os 50 veículos leves mais vendidos no país, imagine só com uma versão bem mais moderna, que acabou de sair do forno...
* Camila Torres/MobiAuto.
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