Empresa de segurança monta protótipo de veículo para segurança ostensiva complementar em grandes eventos. Com muita tecnologia, já foi usado em jogos da Seleção Brasileira.Nas ruas a viatura chama a atenção. Trabalhada sobre um jipe da indiana Mahindra, ainda desconhecido por aqui (apesar de ser fabricado em Manaus!), o veículo passa como um importado mais raro. “Deve ser polonês”, disse o amigo que sugeriu a pauta. “O modelo foi escolhido porque é fabricado no Brasil, com aço nacional”, disse nossa fonte da POLSEC, empresa de segurança que montou este protótipo para ser demonstrado para as forças policiais brasileiras como um apoio para a segurança em eventos.
Segundo a POLSEC, a viatura tem sido usada para escoltar os últimos jogos da Seleção Brasileira de Futebol, além de veículos de autoridades. A caracterização ficou caprichada: o preto fosco plotado na carroceria e a pintura também negra das rodas contrastam com o giroflex vermelho. Os vidros traseiros mostram que ali existe um habitáculo gradeado para carregar suspeitos detidos.
Definitivamente o forte desta viatura não está na caracterização externa, mas em vários equipamentos que auxiliam o trabalho ostensivo. Para começar existem quatro câmeras ao redor do veículo que fornecem uma visão de 360 graus. O teto também abriga uma câmera que pode ser movimentada de dentro do habitáculo, complementando a visibilidade em torno da viatura, inclusive com um poderoso zoom, capaz de visualizar a placa de um carro a muitos metros de distância. Para eventos noturnos, a câmera conta com iluminação em xênon. Existe também a possibilidade de instalar ali uma câmera com infravermelho, caso a vigilância tenha que ser discreta.
As imagens podem ser vistas em duas telas voltadas para banco traseiro ou uma para o passageiro da frente. É ele que vai controlar, por meio de um manche, a câmera móvel. Todas as imagens, assim como o áudio captado dentro da viatura, ficam registradas numa caixa-preta dentro do veículo, capaz de resistir até a incêndio. Como essas imagens podem ser transmitidas em tempo real para uma central de comando e controle, existe a possibilidade de gravar esses dados em outro local.
Para não ser interceptado, o sinal de rádio é criptografado. Junto ao giroflex existe um alto-falante para se comunicar com o lado externo sem se expor. O passageiro também pode se conectar à internet usando um tablet, tendo acesso aos bancos de dados da polícia. Um equipamento que funciona à base de microfones é capaz de detectar de onde veio um disparo de arma de fogo. Um software usa esses dados sonoros e informa a origem do tiro, sua distância e direção. Ao mesmo tempo a câmera aponta para esse local, filmando e fotografando para identificar o atirador.
* Pedro Cerqueira/Jornal Estado de Minas.
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