segunda-feira, 7 de novembro de 2022

>>> APOSENTADORIA


Caminhao Mercedes-Benz Axor sairá de linha no ano que vem

É esperado que a adequação às normas de emissões para o Euro 6 trará inerentes aumentos de custos aos modelos de caminhões produzidos a partir do ano que vem. Mas, em alguns casos, as adaptações não valerão a pena e nem os preços serão viáveis. Nesse contexto a Mercedes-Benz definiu que o caminhão pesado Axor, tanto rodoviário como o fora de estrada, será aposentado após dezessete anos e deixará de ser produzido em 2023.


Esse foi um dos motivos que levou à decisão da empresa. Ocorre que, segundo seu vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas de caminhões, Roberto Leoncini, a proposta é que todas as famílias passem a usar a mesma eletrônica embarcada do Actros. E o Axor apresentava restrições para realizar a mudança.

“Essa migração traz ganhos como velocidade de informação dentro do produto, gerenciamento de motor, mais segurança. E não faz muito sentido ficar com complexidade dentro da fábrica, tendo uma eletrônica para 90% dos modelos e outra, antiga, para um específico.”

A ideia é também tentar, na medida do possível, blindar-se contra oscilações adicionais. Leoncini contou que se a migração de eletrônica não fosse feita, por exemplo, em um modelo seria usado transistor e chip e, em outro, válvula: “E a válvula custa mais caro. Ninguém quer mais produzir válvula. Cada vez ficam mais escassas as opções de usar coisas antigas, principalmente de eletrônica”.

Esse poderia ser mais um fator de possível falta de componente e de elevação de preço: “O fabricante tem duas ou três máquinas para produzir aquilo só para a gente, uma hora dirá que não fará mais porque não interessa o volume, porque não tem escala. E ficamos reféns. Isso também pesou na decisão”.

O executivo completou que o salto de patamar visa, adicionalmente, a trazer ganhos ao cliente que, assegurou, não ficará desatendido: “É uma coisa doída porque é algo emocional [deixar de fabricar o Axor]. Mas teremos no portfólio produtos que deixará o cliente feliz. Mostraremos seu substituto na Fenatran”.

Dados da Fenabrave mostram que uma das configurações do Axor, a 2544, figura como o oitavo pesado mais vendido este ano, com 1 mil 392 unidades, o que representa 3% do segmento.

Lançado no Brasil em 2005, até o fim do ano o Axor estará disponível em suas catorze configurações, sendo metade para uso rodoviário e a outra metade para uso fora de estrada. Seu preço parte de R$ 610,3 mil e chega a R$ 986,5 mil, dependendo da versão.

* Soraia Pedrozo/AutoData.

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