Scania inicia produção e comercialização de caminhões movidos a GNV e biometano
A Scania prepara para este ano o início da fabricação e da comercialização de caminhões movidos a combustíveis alternativos: gás natural veicular (GNV) e biometano. A montadora anuncia que as unidades passarão a ser produzidas a partir do primeiro trimestre de 2020, na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), mas que os primeiros pedidos poderão ser realizados já no próximo mês de outubro. O início das entregas está programado para março de 2020. Além disso, a companhia também lança mais um pacote de serviços de seu programa de manutenção Scania (PMS), o Premium Flexível.
Os testes e operações com as novas opções de abastecimento já começaram. A Scania e a Zeg, empresa do Grupo Capitale Energia dedicada exclusivamente à geração de energia renovável, por exemplo, deram início a um projeto que coloca o primeiro caminhão 100% movido a biometano em operação no Brasil. “Nosso propósito é liderar a transformação para um sistema de transporte sustentável e não poderíamos fazer isso sozinhos, justamente o que mostra esta parceria. De um lado oferecemos a tecnologia e do outro a Zeg viabilizará a produção do combustível e o abastecimento”, diz o presidente e CEO da Scania Latin America, Christopher Podgorski.
O projeto contempla a operação em uma das usinas da São Martinho, que realizará demonstrações utilizando o biometano em um caminhão Scania, modelo fora de estrada G 410 XT 6x4. A Zeg é responsável por desenvolver a tecnologia de produção do combustível, utilizando resíduos orgânicos, em estruturas de médio porte, com escala replicável. A empresa revela que a ideia é instalar plantas de produção no interior do Brasil, onde atualmente a oferta de gás natural é inexistente, em parceria com empresas de agronegócio ou indústrias.
Vale lembrar que o GasBio, nome dado ao combustível da Zeg, já está sendo produzido no distrito de Sapopemba, na zona leste da cidade de São Paulo, a partir do biogás do Centro de Tratamento de Resíduos Leste. Mas a tecnologia da Zeg permite a produção de combustível a partir de resíduos da cultura de cana-de-açúcar e de outros tipos de resíduos agrícolas e industriais, por isso o próximo passo é disponibilizar o GasBio aos consumidores da Rota do Agronegócio, que contempla as rodovias que ligam o Centro-Oeste ao Porto de Santos (SP), como a BR-163, a BR-364 e a BR-504.
Prática
Enquanto os testes na São Martinho não começam, a Scania demonstra os resultados de outra iniciativa. Desde dezembro do ano passado, a montadora e a Citrosuco avaliam a utilização de um veículo, operado pela Morada Logística, movido a GNV.
Até agora, o veículo com 410 cavalos de potência rodou 110 mil km apenas com gás natural e nesta aplicação em relação a um modelo diesel houve uma diminuição de 15% no custo do km rodado proveniente da redução do combustível. A rota escolhida permanece entre Matão (sede da Citrosuco) até o Porto de Santos para levar suco de laranja para a exportação. “O custo é viável economicamente considerando a realidade atual de preços do combustível e dos altos impostos”, afirma o diretor Comercial da Scania no Brasil, Silvio Munhoz. Ele ressalta, contudo, que será fundamental o governo federal colocar em prática os sinais que deu sobre seus planos para o gás natural no Brasil.
Munhoz também destaca que o motor é 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos. “Não é conversão. Ele tem garantia de fábrica e tecnologia confiável. Na demonstração com a Citrosuco o R 410 vem tendo um desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de ser 20% mais silencioso”, completa. Em emissões a redução de CO2 pode chegar a até 15% na comparação ao diesel.
Pós-venda
Mais uma novidade da Scania fica por conta do lançamento do programa de manutenção Premium Flexível, que permite, segundo a montadora, uma redução de até 25% no custo total do caminhão. Ele contempla as manutenções preventivas e as corretivas de forma individualizada e personalizada e está disponível para caminhões novos e em contratos de adesão de três, quatro ou cinco anos.
“O método de cobrança também será baseado na cobrança da faixa dinâmica de economia de combustível, portanto agora na preventiva e na corretiva. Antes, o cliente não sentia tanto no preço o fato de melhorar a faixa de consumo. Agora, a economia será notável. O investimento no Premium Flexível tem mais atratividade competitiva, e vai garantir a confiabilidade de todo o caminhão”, conta o gerente de Portfólio de Serviços da Scania no Brasil, Gustavo Andrade. “O cliente permanece não tendo risco. O valor acertado será o cálculo prévio dos custos totais de manutenção, e não será mudado ao longo do tempo de vigência. Se houver mais gastos do que esperado, a Scania assume a responsabilidade, tornando ao cliente esse custo de manutenção totalmente conhecido por todo período contratado”, completa o executivo.
Outra novidade é que o PMS Flexível ganha mais uma opção com o PMS Trem de Força Flexível, que já existe também com o plano de manutenção tradicional, o Periódico. O Trem de Força oferece a manutenção total de todas as peças banhadas a óleo do diferencial, câmbio e motor. Apenas para caminhões novos e em contratos de três, quatro ou cinco anos. “É uma ótima opção econômica ao cliente que quer manter o ‘coração’ do caminhão em alta confiabilidade operacional. E no Trem de Força Flexível, o cliente conta com o grande benefício da cobrança segundo a faixa dinâmica de consumo de combustível, podendo reduzir seus custos de manutenção”, revela Andrade.
Prover informações também faz parte da nova estratégia de pós-venda da Scania. Por isso, a empresa disponibiliza, agora, a Digital Dealer, plataforma que pode ser acessada pelas concessionárias – também responsável pela gestão e pelo contato com o cliente –, por autônomos ou por frotistas e que contém dados referentes à operação do veículo. Nela é possível, por exemplo, saber a localização do ativo, atualização de softwares embarcados e de que forma o motorista tem conduzindo o caminhão, além de possibilitar a realização de diagnóstico remoto.
Andrade lembra que a ferramenta está disponível para os 24 mil veículos da marca que circulam no Brasil e que possuam algum tipo de dispositivo de conectividade ofertado pela Scania. Ele reforça dizendo que para ter acesso aos dados não é preciso que o autônomo ou frotista tenha contratado qualquer programa de manutenção da empresa. “As informações são transmitidas, independente se há ou não relacionamento com nossas concessionárias e pacote de serviços contratados. A vantagem dessa ferramenta é permitir que os recursos, como peças e mão de obra, sejam planejados para que o serviço seja efetuado.”
* Redação/Revista Tecnologística.
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