domingo, 11 de abril de 2010

>>> HERÓIS DO PASSADO

Mustang Tupiniquim: desenvolvido pela Willys com power train Renault, o Corcel foi o maior sucesso da Ford no mercado automobilístico nacional, e ainda deixou a Belina como herança aos brasileiros.

Em 1965, os engenheiros da Willys, em conjunto com técnicos da Renault, passaram a projetar um novo carro de passeio, que iria utilizar a mesma mecânica dos Dauphine/Gordini, embora mais aprimorada. Tratava-se do projeto “M”, assim denominado por se tratar de um veículo de porte médio. Dois anos depois, quando o projeto “M” estava pronto para ser apresentado, a Ford comprou a Willys e lançou o tal veículo com a sua marca, utilizando, na esteira do sucesso do Mustang, o nome Corcel.


Tempos depois, na França, o mesmo projeto daria origem ao Renault R12. Lançado em 1968, o primeiro Corcel tinha carroceria monobloco de quatro portas. O motor (como seu sistema de tração) era dianteiro, de quatro cilindros, cinco mancais e se assemelhava ao utilizado no Renault R8. Tinha 1.298 cm³ de 68 cv, válvulas na cabeça e comando no bloco, acionado por corrente de distribuição. Utilizando molas helicoidais, a suspensão dianteira era independente, enquanto a traseira contava com eixo rígido, mas foi no sistema de arrefecimento que o carro trouxe uma grande novidade, pois seu radiador fazia uso do sistema selado.


Meses depois, como modelo do ano seguinte, surgiu o corcel cupê, com carroceria de duas portas, que daria origem ao esportivo GT, com motor de 80 cv. Em 3 de março de 1970, chegou ao mercado a perua Belina, modelo lançado para concorrer com a Variant, fabricada pela Volkswagen.


Problemas com o alinhamento das rodas do Corcel fizeram suas vendas cairem, levando a Ford a promover um grande recall, no qual a empresa forneceu gratuitamente, um kit com novos componentes de fixação do sistema de direção a todos os proprietários das 65 mil unidades do Corcel até então fabricadas.

Em fins de 1971, o Corcel foi reestilizado, ganhando nova grade, novas lanternas e o motor XP com 1.372 cm3 e 85 cv, disponível apenas para o GT. Posteriormente, o XP passou a equipar a Belina e, logo depois, os demais modelos da linha, embora sem o carburador de corpo duplo, o coletor especial e maior taxa de compressão.


O Corcel sofreu uma grande reestilização em 1973, ganhando capô, grade do radiador, pára-lamas dianteiros e lanternas de novo desenho. Outras modificações em termos estéticos se seguiram em 1975, ano do surgimento da versão LDO, de acabamento luxuoso. Independente disso, devido ao lançamento de modelos mais modernos, como Chevrolet Chevette e Volkswagen Passat, a Ford foi forçada a reprojetar seu vitorioso médio/pequeno, que deixou de ser fabricado em 1977, dando lugar ao Corcel II.

* Rogério Ferraresi/Revista Motor Show - 2004.

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