terça-feira, 3 de novembro de 2015

>>> POTÊNCIA MÁXIMA


2250 cv abrem passagem para gigante

À primeira vista, um comboio formado por três caminhões Volvo FH 16 750 — o mais potente do mundo, com 750 cv de potência — impressiona. Adicione à composição uma peça de 300 t, com destino à Belo Monte, no Pará, e uma rodovia interditada, e só então você começa a entender a magnitude de uma operação dessa natureza. Realizada pela Transdata, a operação está transportando um rotor para integra-lo à usina hidrelétrica no Pará. A odisseia teve início no dia 4 de outubro, quando o rotor foi embarcado, em Araraquara, interior de São Paulo. Até alcançar o Pará, a composição teve que cruzar o estado paulista inteiro, até chegar ao porto de Santos (SP), onde será transportado via navio até Belo Monte. De Araraquara ao porto de Santos, a operação deve levar 30 dias e percorrer 530 km, segundo o planejamento.


A imprensa especializada pode acompanhar o comboio durante alguns quilômetros nos sistemas Anhanguera-Bandeirantes. Além dos três caminhões Volvo que tracionam a carreta-gôndola, mais dois caminhões da empresa acompanham o comboio: Mercedes-Benz Actros e FH 16 750. Apenas da transportadora, 20 pessoas estão diretamente envolvidas na operação. A tarefa não é simples. Para que tudo ocorra como planejado, a transportadora se preparou durante 10 meses. Nesse tempo, os responsáveis pela operação estudaram minuciosamente o trajeto de ponta a ponta para identificar eventuais desafios e ações a serem tomadas. Sem planejamento, não teria como uma operação desse porte dar certo. O maior exemplo disso foi a passagem do comboio por um viaduto no rodoanel, que permitiu a passagem da composição por centímetros.


Segundo Albino Blate, chefe de operação da Transdata, a maior dificuldade em um transporte desse tipo é a coordenação com relação ao usuário da rodovia. Albino cita como exemplo, um veículo que furou o comboio da Polícia, acarretando na perseguição do veículo e pausa na operação. Ou uma cabine do pedágio que foi desmontada para que o comboio pudesse prossguir.


Tudo acontece da seguinte maneira: quando os cinco veículos da Polícia chegam, a documentação é verificada, só então a composição parte. Quando o comboio está em trânsito, nenhum veículo mais pode ultrapassa-lo, enquanto este não escosta novamente. A velocidade limite para os caminhões é de 10 km/h — o que gera a fúria dos outros usuários. Tudo é acompanhado de perto por batedores da concessionária da rodovia, polícia e da Transdata. Uma simples garoa pode significar mais atraso ainda na operação, já que eles não se movem na chuva.


Anteriormente a empresa utilizava veículos Scania na operação. Questionados sobre o uso dos modelos da Volvo, os responsáveis pelo transporte afirmam que, hoje, é muito mais fácil de se realizar uma operação desse porte . Eles apontam a transmissão I-Shift como fundamental para a agilidade da ação, que antes era ser coordenada via rádio. Segundo a Transdata, a operação de transporte do rotor é a maior já realizada pela empresa em São Paulo. O rotor deve alcançar a cidade de Belém entre os meses de dezembro ou janeiro.

* Diogo Mendes/Transporte Online.

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