sexta-feira, 6 de setembro de 2019

>>> RUMO AO ALASCA


Casal viaja o mundo em uma picape Chevrolet de 1951

O casal André Jardim, de 41 anos, e Júlia Prates, de 35, escolheu uma forma inusitada de combinar o conforto de um lar e boas aventuras pelas estradas do mundo: o próximo desafio dos dois é chegar ao Alasca, nos Estados Unidos, dirigindo uma picape Chevrolet 3100, de 1951, apelidada de Marylou.


A antiga picape faz, há muito tempo, parte da vida de André: era o carro de seu pai e hoje é o lar do casal. Depois de uma reforma, concluída em maio de 2018, a "casa-móvel" Marylou tem uma cozinha equipada, fogão à gasolina, um quarto e um banheiro. "Nós não temos luxo. Utilizávamos banheiros públicos e postos de gasolina, antes da reforma. Mas garanto que a felicidade, para gente, está na simplicidade", declara o viajante.


O projeto de viajar longas distâncias em uma casa móvel começou em 2014, quando o casal decidiu sair de Brasília e ir até o Uruguai. Em 25 dias de viagem, foram percorridos oito mil quilômetros até a capital uruguaia. "Aprendi a ter mais paciência. Já que nosso carro é bem antigo, andamos a 50km/h. Mas é ótimo, porque aprendemos a valorizar a beleza de cada lugar e a apreciar o simples", afirma André.


O casal conta que foram necessários dois anos de extremo planejamento e organização, para obter sucesso na decisão de viver sob quatro rodas. O custo de vida de viajantes é menor do que de quem viaja a turismo. De acordo com André e Júlia, as despesas que eles tinham quando moravam em uma casa convencional eram muito maiores. Atualmente, o que gera mais gasto é a manutenção da picape, pedágios e combustível.


Para chegar ao Alasca são, aproximadamente, 13 mil quilômetros. Por isso, como forma de aproveitar ainda mais o trajeto, foi decidido que a primeira parada é Ushuaia, na Argentina, a 6 mil quilômetros da capital federal. A previsão de chegada no estado americano é em junho de 2021.


“Escolhemos o Alasca para vencer o desafio de percorrer as três Américas. Nossa renda é proveniente da venda dos nossos produtos artesanais. E, durante o caminho, conhecemos gente do mundo todo, que nos motiva a seguir viagem. Um dia vamos dar uma volta ao mundo”, afirma André.

* Maria Baqui/Correio Braziliense.

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