domingo, 16 de maio de 2010

>>> INDEPENDENTE

Zafira que anda sozinha! Veículo desenvolvido pelo Departamento de Energia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), usando conceitos de inteligência artificial e robótica, provou que realiza as tarefas mais comuns de um motorista, mas sem a presença dele.
Por motivos legais, é provável que o Driving 4U ainda demore a tomar ruas, avenidas e rodovias do planeta, mas, por meio de dispositivos integrados num software – incluindo sensores a laser, antena de GPS (Global Position System) e câmeras capazes de identificar objetos e mensurar distâncias –, o protótipo circulou por um dos estacionamentos da UFJF e até estacionou sem o auxílio do condutor.


"O diferencial é que o nosso veículo reaplica o conhecimento adquirido pelo motorista", diz o professor Leonardo de Mello Honório, coordenador geral do projeto Desenvolvimento de um Sistema de Controle e Navegação para Veículo Não Tripulado (VNT). Por envolver definições prévias de rotas, controle de navegação, localização georreferenciada, identificação de obstáculos e comunicação remota, além de servir como um piloto automático para motoristas do futuro, o automóvel autônomo poderá avaliar o desempenho de condutores em testes para a carteira de habilitação.

Mas as principais aplicações do projeto são os próprios mecanismos que permitem ao carro trafegar sem o motorista. Eles estarão disponíveis muito mais cedo que o próprio VNT. Enquanto os atuais sensores de obstáculos, que possibilitam a manobra da vaga com precisão, alcançam, em geral, 5 metros, o mesmo dispositivo do carro da UFJF atinge 80 metros. Além disso, a capacidade dos sensores de um carro normal é de uma leitura por segundo, enquanto que a do carro autônomo é de 75 leituras na mesma fração de tempo.

Graças aos seus equipamentos integrados, o Driving 4U, cuja tradução do inglês é ‘dirigindo para você’, tem boa performance em condições de baixa visibilidade. À noite, em caso de uma falha nos faróis, por exemplo, o veículo pode se guiar por meio do GPS, dos sensores a laser e do ultrassom, recurso que ainda não foi integrado ao projeto. "Se cair uma chuva torrencial, os subsistemas garantem uma melhor visibilidade do que o ser humano teria", pondera o professor Leonardo Honório.


Segundo ele, em nível internacional, há disputa constante de pesquisadores para o desenvolvimento de VNTs. No Brasil, há apenas outros dois projetos similares: nos laboratórios da UFMG e da Universidade de São Paulo (USP), câmpus São Carlos.

* Ricardo Beghini/Jornal Estado de Minas.

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