Dodge 1929 e Chevrolet Veraneio 1976 estão esquecidos em garagem de Belo Horizonte
A garagem de uma casa na Região Centro-Sul de Belo Horizonte preserva duas raridades: uma Chevrolet Veraneio 1976 verde com 88 mil quilômetros rodados e um Dodge Brothers Victory Six Tourer 1929. Os dois veículos estão cobertos de poeira e apresentam avarias, mas o estado geral é bom e uma restauração não é difícil.
Outro detalhe chama atenção: os dois modelos ainda exibem as antigas placas amarelas. Ou seja, estão fora de circulação há muito tempo. Segundo a moradora, o calhambeque está estacionado desde a década de 70 quando a família mudou para o local, enquanto o utilitário está parado há cerca de 30 anos.
“O Dodge foi do meu avô, enquanto a Veraneio pertenceu ao meu pai. Meu avó comprou o carro anos 20 e foi o único dono. Ele nunca foi restaurado e existem apenas três desse modelo no Brasil”, conta a aposentada Suzana Libânio Moreira Penna. Ela ainda guarda recordações do antigo: “quando criança ia para escola nele e tinha vergonha, pois todas as colegas em carros novos. Depois passei a valorizar”, diz.
Como a garagem tem vista para a rua, vários interessados já tentaram comprar os veículos. A resposta é sempre a mesma. Não. “Os carros não são meus. A Veraneio já está prometida para um primo, que vai restaurá-la em São Paulo. Já o Dodge é herança para quatro sobrinhos, que ainda não definiram o que vão fazer com ele”, explica Suzana.
Apesar da poeira, estão em bom estado. Cruzando o depoimento da moradora, chegamos à conclusão que o calhambeque é o modelo Victory Six tourer 1929. No ano anterior, a Chrysler comprou a Dodge e passou a utilizar seus motores nos modelos. Assim, essa safra possui propulsor de seis cilindros com 58 cavalos de potência. Ao longo desse tempo, o veículo recebeu alguns detalhes, como setas de Fusca nos paralamas e cintos de segurança, além de lanternas traseiras. Também sumiram o logotipo Dodge Brothers e mira na tampa do radiador, mas a alavanca para dar a partida ainda está lá.
Já a Chevrolet Veraneio apresenta marcas de batida na traseira e faltam alguns emblemas. Mas o interior está muito bem conservado. O câmbio é manual de três marchas, com alavanca no volante, que por sinal exibe outro detalhe: o modelo tem direção hidráulica.
São dois bancos inteiriços e o carro preserva rádio original Chevrolet. O odômetro acusa 88.548 quilômetros rodados, que parecem condizer com o estado da Veraneio. “Nossa família era grande e o carro era a solução para nenhum filho brigar para ir na janela”, conta Suzana.
* Thiago Ventura/Portal Vrum.
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