quinta-feira, 29 de junho de 2017

>>> ECOSPORT 2018


Novo Ford EcoSport 2018 Titanium chega em
agosto com câmbio e equipamentos do Fusion

Durante a apresentação do novo EcoSport 2018 ao mercado sul-americano no Salão de Buenos Aires há alguns dias, a Ford revelou apenas que o modelo será lançado no Brasil no final de julho, chegando às concessionárias em meados agosto. Antes da estreia do modelo no país, a Ford mostrou à imprensa especializada a versão topo de linha Titanium 2.0, que sofreu consideráveis mudanças mecânicas e de conteúdo (com direito a equipamentos do sedã Fusion) para elevar o patamar do primeiro SUV compacto fabricado no Brasil e acirrar a concorrência no segmento do qual foi líder durante 12 anos.


Com 60% do desenvolvimento feito no Brasil, 6% na China e os 34% restantes divididos igualmente entre as engenharias da Ford europeia e norte-americana, a renovação do EcoSport começa pelos retoques no desenho externo, que ganhou uma aparência mais invocada na dianteira. Faróis e para-choques foram redesenhados e a grade está mais proporcional ao tamanho do carro. Na traseira, as mudanças limitam-se ao para-choque mais robusto. O estepe na tampa do porta-malas foi mantido na América Latina por ser considerado uma das marcas registradas do SUV na região. O reposicionamento da roda sobressalente para o assoalho do veículo exigiria mudanças estruturais na plataforma, aumentando o custo de produção e, consequentemente, o preço do carro.


Para a versão mais cara, a Ford reservou o mesmo motor 2.0 16V Direct Flex com injeção direta do Focus. Já a transmissão automática 6F de seis marchas, que também equipa o Fusion, substituirá o contestado câmbio automatizado PowerShift de dupla embreagem em todas as configurações.

“Pensado de dentro para fora”

De acordo com a Ford, as mudanças promovidas no EcoSport 2018 começaram pela cabine para melhorar o conforto dos ocupantes e favorecer a ergonomia. Cerca de 50% das peças da cabine são novas. Para dar uma aparência mais refinada ao interior do SUV, a Ford passou a utilizar peças de material macio ao toque na parte superior do painel e nas laterais das portas. Há também a mescla de tons e texturas nos apliques do console central e o uso de botões emborrachados nos comandos do ar-condicionado.


Segundo Adília Afonso, superintendente de Design da Ford na América do Sul, “o cliente do EcoSport Titanium é o menos aventureiro da gama, pois dá preferência ao luxo e conforto”. Pensando no gosto desse consumidor, a marca adicionou peças claras na parte inferior do painel “para não conflitar com a tela ‘flutuante’ da nova central multimídia” e bancos revestidos de couro bege (os dianteiros estão ligeiramente maiores).


Mas as mudanças mais interessantes no interior do EcoSport 2018 estão no painel. O quadro de instrumentos possui uma tela de 4,2 polegadas para o computador de bordo e está mais legível, enquanto a tela da central SYNC 3 fica na altura dos olhos do motorista – posição ideal para observar as informações do GPS sem deixar de olhar para a estrada. Já o console abriga duas entradas USB iluminadas e um nicho para acomodar smartphones, por exemplo.


Outra melhoria bem-vinda no interior do EcoSport 2018 é o assoalho do porta-malas (356 litros) que pode ser configurado em três níveis, formando um pequeno compartimento de até 52 litros abaixo desta tampa (semelhante ao sistema do Volkswagen up!). No nível mais alto, junto com o rebatimento do banco traseiro, o recurso deixa o piso do carro plano para acomodar com maior praticidade até 1.200 litros de bagagem.

Conteúdo

A Ford vai revelar os preços do EcoSport 2018 apenas em meados de julho, mas promete valores competitivos para incomodar os rivais. A marca destaca também que o pacote de equipamentos de série da versão topo de linha Titanium será preponderante para o consumidor optar pelo SUV. O pacote da configuração traz direção elétrica; ar condicionado automático digital (apenas uma zona de resfriamento); teto solar elétrico; faróis de xenônio com acendimento automático e iluminação diurna em LED; faróis de neblina; chave presencial com botão de partida do motor; sensor de chuva; rodas de liga leve de 17 polegadas; monitoramento de pressão dos pneus; volante revestido de couro com regulagem de altura; alarme volumétrico; piloto automático; sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré, entre outros.


Outra novidade é a central multimídia SYNC de terceira geração, com tela tátil de 8 polegadas e compatível com os sistemas Apple Car Play e Android Auto. De acordo com a Ford, o equipamento tem interface e capacidade de processamento semelhantes aos de tablets. A central também possui comando por voz, GPS e a assistência de emergência que aciona automaticamente o SAMU em caso de acidente (para isso, tem de estar conectada a um celular via Bluetooth). O sistema de som da Sony conta com 9 alto-falantes.


No quesito segurança, o EcoSport Titanium traz sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista); freios com ABS; assistente de partida em rampas; controles de estabilidade e tração; Isofix para a fixação de cadeirinha infantis no banco traseiro; acionamento automático do pisca-alerta em frenagens de emergência e o sistema anticapotamento, que atua individualmente nos freios e reduz o torque do motor ao detectar uma situação de risco. Do Fusion, o SUV recebe o sensor de ponto cego, que alerta por sinais luminosos nos espelhos a presença de veículos fora do campo de visão do motorista.


Deixando a parte de conforto, conveniência e segurança um pouco de lado, a Ford promoveu melhorias na mecânica do SUV para favorecer a dinâmica e o consumo. As suspensões ganharam buchas recalibradas e novas molas que elevaram em 17 mm o curso do conjunto dianteiro, enquanto o eixo traseiro está 15% mais rígido. Segundo a Ford, essas mudanças deixaram melhoraram em 15% a absorção de irregularidades do piso e reduziram em 6% a rolagem da carroceria. No rápido teste feito no Campo de Provas da Ford, no interior de São Paulo, o EcoSport se comportou bem nas curvas, mesmo quando provocado nas mudanças de direção mais bruscas. Recalibrada, a direção elétrica está mais direta, tornando a condução do SUV mais agradável em trechos sinuosos.


Sob o capô, o motor 2.0 16V Direct Flex faz um bom trabalho na hora de movimentar o SUV. Capaz de gerar 170/176 cv de potência a 6.500 rpm e 20,5/22,5 kgfm de torque a 4.500 rpm (gasolina/etanol) – ganho de até 28 cv e 2,8 kgfm em relação ao anterior -, o propulsor deu mais fôlego ao EcoSport em arrancadas e retomadas. Na avaliação foi possível intuir que o EcoSport 2018 terá um dos melhores desempenhos do segmento. Segundo os dados de fábrica, o EcoSport 2018 acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Para favorecer a eficiência, o EcoSport passa a ser equipado com controle ativo da grade dianteira. O sistema abre ou fecha automaticamente as aletas para controlar o fluxo de ar que entra no motor.


Um dos responsáveis pela melhora em desempenho e dirigibilidade do “Eco” é o novo câmbio automático com conversor de torque herdado do Fusion. A caixa de seis velocidades tem funcionamento suave, sem trancos entre as trocas, e permite mudanças de marchas nas hastes atrás do volante (realizadas em 0,8 segundos). Diferentemente do da automatizada PowerShift, que exige manutenção periódica para a substituição das embreagens, a Ford diz que a especificação do óleo da nova transmissão elimina a necessidade de trocas do fluido lubrificante.


O EcoSport é atualmente o quarto SUV compacto mais vendido no Brasil (o primeiro país a ter o modelo atualizado). A Ford ainda não fala em brigar pela liderança do segmento, mas aposta nas novidades e no apelo que o SUV tem no mercado para fidelizar ainda mais os seus clientes e atrair potenciais compradores de modelos de outras marcas para subir no ranking de vendas. Além do Brasil, o EcoSport 2018 também será vendido em mais de 140 países, que serão abastecidos pelas fábricas da Romênia (mercado europeu), Rússia (local e leste europeu), China (local e Ásia) e Índia (local e Estados Unidos). As Américas Latina e do Sul receberão os modelos produzidos em Camaçari (BA) e na Venezuela (CKD do carro brasileiro).

* Guilherme Silva/Carsale.

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