Jeep Grand Cherokee 2010: menos popular, mas melhor!Sob a tutela da Fiat há um ano, a Chrysler - que também engloba as marcas Jeep e Dodge - anunciou oficialmente seus projetos para os próximos anos. Entre eles, está a renovação do Grand Cherokee, prevista para estrear ainda em 2010. O rascunho da quarta geração do Jeep foi mostrado na última edição do Salão de Nova York, em abril do ano passado.
Guardadas as devidas proporções para esta comparação, o Grand Cherokee significou, na década de 1990, o que o Porsche Cayenne é hoje para a classe emergente. Coloque, neste intervalo de tempo de quase duas décadas, todas as mudanças provocadas pela abertura do mercado nacional à importação para chegar a uma definição simplista daquilo que os dois modelos transmitem: importado, imponente e muito procurado pelos que desembolsam perto dos R$ 200 mil por um automóvel.
Naquela época, eram vários os aspirantes à classe social mais abastada, jogadores de futebol ou pagodeiros que ostentavam um Grand Cherokee na garagem. Longe de parecer preconceituoso com seu público alvo, o modelo tem no porte avantajado e no refinamento interno, além do motor possante, suas características mais marcantes.
No final do último ano, o mercado brasileiro recebeu uma versão com motor a diesel de 3,0 litros seis cilindros e acabamento denominado Limited, cotada a R$ 179.900, em dezembro (a tabela de janeiro ainda não foi divulgada). Um fôlego para quem roda na cidade, com consumo anunciado pela Jeep de 7,6 km/l em vias urbanas e de 11,6 km/l na estrada. Os pouco mais de 83 litros do tanque garantem autonomia de quase 500 quilômetros.
O bloco gera 215 cv de potência a 3.800 giros. Apesar de ser diesel, o ruído do propulsor é quase imperceptível, deixando para trás aquela velha imagem de motor barulhento. A força máxima de 51 kgfm é atingida em 1.600 rpm. Aliado ao bloco há um câmbio automático de cinco velocidades com opção de trocas manuais na alavanca.
A tração, chamada de Quadra Drive II, é permanente nas quatro rodas; dependendo do caso, a força é enviada para a roda que mais necessita. Em situações normais, no entanto, a tração é distribuída em 48% para o eixo da frente 52% para o traseiro. A reduzida pode ser acionada por meio de uma pequena alavanca ao lado da transmissão. É preciso, no entanto, parar o carro para ligá-la. Na dianteira, a suspensão independente garante mais estabilidade ao Cherokee, melhorando sua dirigibilidade. Na parte traseira, o conjunto dispõe de eixo rígido.
Numa rápida volta com o modelo na cidade, o Jeep pede para ser levado em terrenos que mostrem sua vocação: estrada ou terra. É neles que o desempenho do motor se desenvolve, podendo chegar à máxima de 200 km/h, conforme a montadora. No para e anda do trânsito, a direção hidráulica leve, a transmissão automática e os diversos confortos a bordo distraem o motorista. Em baixas rotações, no entanto, o V6 só fica na provocação para fazer voar o carro de mais de 2,5 toneladas.
Entre os mimos para o condutor, vale destacar o sistema interativo para falar ao celular e escolher músicas e vídeos, tudo por meio de sistema touch screen. Tanto os mostradores como os comandos possuem fácil visualização para os passageiros e, apesar do DNA americano, não há exagero nas luzes e desenhos dos mostradores.
Apesar do entre-eixos de 2,78 metros e do porte avantajado, ocupantes traseiros mais altos reclamam um pouco da verticalidade do banco e do pouco espaço para pernas. No porta-malas, há 455 litros disponíveis para carregar bagagens. Se elas forem pequenas, pode-se usar apenas a abertura do vidro da tampa do compartimento.
Com quase 20 anos de estrada, o Grand Cherokee continua sendo uma boa pedida para quem busca um carro que enfrente terrenos com adversidades, mas não abra mão do refinamento. Diferentemente da época em que povoava sozinho o sonho dos jogadores de futebol, no entanto, hoje conta com outros atacantes de peso, como Nissan Pathfinder, Mitsubishi Pajero Dakar, Toyota SW4, Hyundai Vera Cruz e Land Rover Discovery.
* Anelisa Lopes/iCarros.
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