sexta-feira, 18 de outubro de 2013

>>> NOVA MINIVAN J6

 
JAC J6 mantém desempenho manso, mas ganha um belo banho de loja

Lançada na China no ano passado, a J6 de cara nova começou a ser vendida no Brasil. Por dentro, há alterações evidentes. O tablier tem desenho todo novo: perdeu aquele elemento central que parecia um Professor Corujinha para ficar mais sofisticado. Em vez de imitação barata de alumínio, o que se vê agora são materiais de melhor qualidade e textura.
 
 
O volante também é novo, mais elegante e com comandos do som discretos e funcionais. O quadro de instrumentos, por sua vez, entra na onda dos copinhos ovalados separados por um mostrador digital. A iluminação azul é insuficiente: mal dá para enxergar os pequeninos números do velocímetro. Desenhar instrumentos não é mesmo o forte da Jianghuai Automobile Co. (uma sugestão para o Sérgio Habib, representante da JAC no Brasil: mande um painel do Volkswagen Golf para a China e peça ao pessoal para copiar suas escalas simples e legíveis).
 
 
Saltam aos olhos os botões para vidros e travas, práticos como nunca, e os novos painéis das portas, mais bonitos que os anteriores - embora menos funcionais: o puxador fica lá na frente, exigindo esforço. O acabamento é honesto e os tons de cor usados nos revestimentos combinam entre si e são elegantes.
 
 
Por fora, a J6 também mudou bastante (e olha que antes o pessoal da JAC enchia a boca para dizer que o estilo tinha participação da Pininfarina). Capô, grade, para-choques e faróis foram redesenhados. Lá atrás, as lanternas deixaram de subir pelas colunas e passaram a ser horizontais, invadindo a tampa do porta-malas. Que, inclusive, também é nova, assim como o para-choque. Receitinha básica de facelift? Sim, mas bem-feita. O carro ganhou um aspecto geral sofisticado. Até a chave mudou: antes era fininha e pobrezinha. Agora, é do tipo canivete. O recheio continua satisfatório: temos ar-condicionado, assistência hidráulica na direção, trio elétrico, ABS, airbag duplo, faróis de neblina, ajuste de altura dos faróis e som com MP3 e USB.
 
 
O banco ainda é alto e os pedais estão lá embaixo. O volante novo tem boa pegada. Na fila do meio, três pessoas continuam viajando sem apertos. Já a terceira fileira de assentos (que pode ser retirada) é ideal para levar crianças. A J6 parece até que está mais firme. A JAC diz que recalibrou as suspensões de acordo com opiniões dos clientes. Não há sustos nas curvas e os freios são eficientes. Com um novo trambulador, os engates do câmbio estão mais precisos - e a alavanca ficou menor e com pegada mais agradável.
 
 
O desempenho, porém, continua o mesmo. A minivan chinesa é pesada e as respostas são mansas. Ao mesmo tempo, o isolamento acústico passa a impressão de que o motor 2.0 16v, movido a gasolina apenas, está fazendo uma tremenda força.
 
 
A J6 custa de R$ 58 mil na versão com cinco lugares a R$ 60 mil, na versão com sete lugares. Mas aí, um problema: nesses tempos de dólar em alta, como a minivan chinesa enfrentará as rivais brasileiras? A Nissan Gran Livina sai por R$ 54.390 enquanto a Chevrolet Spin custa R$ 55.290.

* Roberto Dutra/Jornal O Globo.

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