Economia e design são os principais predicados desse robusto caminhão norte-americanoEm tempos de crise a resposta é economizar em que se pode e o que se pode. Qualquer contenção mensal é capaz de fazer render muito ao transportador na hora dos cálculos referentes aos gastos anuais. Aliás, vale dizer que essa premissa, atualmente, é mais que uma prioridade para as empresas de transporte rodoviário de carga, seja aqui, na Europa ou nos Estados Unidos. Não é por acaso que um modelo da Kenworth tem sido uma das principais preferências do empresário norte-americano.
Na Mid-America Trucking Show, de 2007, feira de caminhões que acontece a cada dois anos em Louisville, Kentucky, a Kenworth apresentava oficialmente ao público seu último e mais moderno modelo: o T660.
O supercaminhão é uma versão evoluída do T600, sobretudo no que diz respeito ao interior do habitáculo, muito mais amplo e com detalhes que denotam o luxo. O modelo chegou ao mercado com a fama de ser o trator mais aerodinâmico da história da grife de origem estadunidense, mais ainda que o T2000 — que foi apresentado pela fabricante com todas as pompas e honrarias, já que trazia consigo a fama de o mais revolucionário em relação aos conceitos estéticos e construtivos. Tudo bem que o T2000 foi lançado em uma época de bonança econômica e, por essa razão, o T660, quando chegou ao mercado, passou desapercebido. Mas agora, as atuais circunstâncias deram um novo rumo para o mercado de caminhões norte-americano.
Mas mesmo em meio ao caos apocalíptico, a Kenworth encontrou uma estratégia de venda e passou a revitalizar comercialmente o caminhão T660. Ela promete aos clientes que se tornarem proprietários do modelo a garantia de que irão economizar exatos US$ 5 779 anuais.
Esse cálculo de economia foi tabulado e certificado pela fabricante em testes elaborados com um caminhão que consome cerca de 25 000 galões por ano de combustível, aproximadamente 95 500 litros, a um valor de US$ 3 por galão.
Um Caminhão Para Poucos
Apenas em um simples panorama já é possível definir o T660 por si só. Mas mesmo assim, vale detalhar mais sobre ele nas linhas a seguir.
Trata-se de um caminhão convencional, para os padrões daquele mercado, porém que oferta uma linha estética bastante moderna, arrojada e com um excelente coeficiente aerodinâmico, também por incorporar um bom número de tecnologias e equipamentos de última geração. Como sucede com os diferentes produtos Paccar — mesmo Grupo que comercializa os DAF na Europa —, o Ken T660 pode ser equipado com motor de 11 a 15 litros produzidos pela Caterpillar e Cummins, com potências de 600 cv. A Kenworth também disponibiliza versões de seus próprios blocos para esse modelo, se alguém preferir.
Visualmente, os pontos que chamam mais a atenção, claro, são a cabine superbicuda, típica dos caminhões dos Estados Unidos, seguida da grade dianteira, que remete ao modelo o aspecto de robustez e traz uma harmonização com o conjunto óptico; aliás, ele incorpora faróis com 40% a mais de intensidade de iluminação, que segundo a fabricante possui uma vida útil três vezes superior se comparada aos componentes tradicionais. Uma outra opção é a High Intensity Discharge, lâmpadas com mais de 75% de intensidade e com uma vida útil 11 vezes superior; obviamente, que o preço também é elevado.
A oferta de cabines atende ao perfil de viagens rodoviárias de longas distâncias. A Studio AeroCab Sleeper encontra-se disponível na versão de 2,18 m de altura da zona de descanso. A marca também disponibiliza os modelos AeroCab Aerodyne e FlatTop, que podem ser adquiridos nas variações de 1 m a 1, 82 m.
Diferentemente do Brasil, as fabricantes estadunidenses produzem veículos pensando na categoria autônoma, mas também vale a mea-culpa, naquele continente, ainda é possível a essa categoria ter acesso a caminhões novos, que atendam à legislação de emissões e de tecnologias embarcadas. Não é a toa que o Ken T660 foi desenvolvido pensando na preferência dos autônomos, hoje uma boa parcela consumidora do modelo. Porém, de acordo com a fabricante, principalmente por causa da sua característica de maior economia de combustível, trata-se de um produto que se adapta às grandes frotas. De série os caminhões são equipados com sistema de navegação, que dispõe para o condutor diferentes informações, entre elas, o consumo de combustível em tempo real por meio de um display situado no painel de instrumentos. Com o Splendor, como é chamado, o motorista tem à disposição informações de autodiagnóstico que avisa, por exemplo, algum tipo de falha no motor, por meio de um registro no painel de instrumentos.
O catálogo da marca americana para o T660 também contempla acabamentos de luxo para a cabine. Os assentos e a zona de descanso (em alguns modelos é oferecido uma espécie de sofá) podem ser produzidos em couro. Depois de mais de um ano à deriva, o T660 desfruta da fama de ser a jóia da Kenworth, já que ele é capaz de oferecer níveis de consumo realmente eficazes. Será que por aqui há quem oferte algo parecido? Porque o Ken, só nos sonhos.
* Fernando Fischer & Andrea Ramos/Revista Transporte Mundial.
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