segunda-feira, 2 de março de 2009

>>> NISSAN FRONTIER EM AÇÃO

No início deste mês, a Revista Carro publicou uma avaliação da nova Nissan Frontier, matéria esta que coloca à prova os prós e contras desta bela pick-up. Com texto de Gerson Campos e fotos de Pedro Bicudo, com vocês, a força do motor a diesel...
Frontier traz conforto e mantém DNA off-road.
Fabricada no Paraná, picape da Nissan conta com motor a diesel de 172 cv.


Quando se avalia uma picape média, espera-se que suas maiores qualidades sejam itens como torque, potência, robustez e disposição para encarar os piores tipos de piso. Mas a nova Nissan Frontier, que passa a ser construída na unidade da marca em São José dos Pinhais, PR – antes, o modelo era importado da Tailândia – tem como principal qualidade um atributo pouco comum nesse tipo de veículo: é confortável como um carro de passeio e deixa cada vez mais longe a imagem de que essas picapes nasceram para trabalhar. A bordo da versão LE 4x4 automática, de R$ 112 390 (preço da unidade testada, com pintura metálica e pacote Luxury), você vai ter certeza de que ela foi feita mesmo para agradar mais na cidade que na terra – objetivo que cumpre com louvor.

Mas vamos com calma para não “trocar as bolas”. Dizer que a Frontier é mais confortável que suas concorrentes, como é fato, de forma alguma desmerece suas qualidades de veículo off-road, que, afinal, são a alma deste modelo. O destaque da nova versão nacional é justamente atingir um nível de comodidade a bordo muito próximo ao de um carro de passeio sem abrir mão de itens como tração nas quatro rodas com reduzida, suspensão traseira com feixes de mola e eixo rígido e uma capacidade de carga de 1 015 kg.


Durante o teste, o Carro Online pôde provar isso em diversas situações. No trânsito, o câmbio automático de 5 marchas não deixa saudade dos duros trambuladores das caixas manuais, característica comum nos utilitários a diesel. Na hora de estacionar, os 5,230 mm de comprimento são controlados de forma bem mais fácil graças ao conjunto de sensores de estacionamento traseiros, outro item que demonstra uma vocação mais urbana.

Na cabine, os tradicionais pulos e solavancos dessas picapes são minimizados graças a uma suspensão bem acertada, e o motorista que optar pela versão completíssima, caso da unidade avaliada, leva itens como controlador de velocidade com comandos no volante, airbag duplo, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuidor da força de frenagem), CD player com entrada auxiliar, faróis de xenônio e bancos de couro. Vale ressaltar que esses três últimos acessórios são opcionais do pacote Luxury, de R$ 4 000, que também inclui volante e manopla do câmbio com acabamento de couro, CD changer para seis discos, sistema de fixação de carga Cargo Channel e retrovisor eletrocrômico com bússola digital integrada. A pintura metálica acrescenta mais R$ 1 000, chegando aos R$ 112 390 do modelo das fotos. "Pelada", a Frontier 4x4 automática cabine dupla custa R$ 107 390. Só faltaram a regulagem de profundidade do volante (a de altura está presente) e o ar-condicionado digital, normalmente comuns em modelos de mais de R$ 100 000.

Conforto na terra e praticidade na caçamba

No teste, avaliamos a Frontier no asfalto e na terra. Na primeira condição, o excelente motor de 172 cv de potência a 4 000 rpm e 41,1 kgfm de torque a 2 000 rpm levou-a de 0 a 100 km/h em 12s7, número 1s4 inferior aos 14s1 obtidos pela principal concorrente, a Toyota Hilux SRV (R$ 118 117 na versão 4x4 turbodiesel automática). Só por aí já podemos ver que o desempenho também é outra virtude que arranca elogios de quem passa pelo volante da picape.


Bem escalonado, o câmbio de 5 velocidades merece destaque, já que não deixa buracos entre uma marcha e outra e realiza as mudanças com suavidade. Como é comum nos carros da Nissan, o sistema conta com um botão de desacionamento do Overdrive, a marcha econômica – neste caso, a 5ª. Dessa forma, é possível rodar utilizando apenas as quatro primeiras. Quem quiser também pode escolher individualmente entre 1ª, 2ª ou 3ª (confira na foto a disposição da alavanca).

Na terra, todo o cuidado que teríamos com um carro de passeio pode ser deixado de lado: a Frontier é um verdadeiro utilitário quando exigida em condições extremas e seus mais de 40 kgfm de torque surgem cedo para ignorar obstáculos que fariam qualquer “off-road light” dar meia volta na hora.


Numa prova prática da capacidade de carga com cerca de 300 kg (pouco perto dos mais de 1 000 kg que a picape suporta) em equipamentos na caçamba e quatro passageiros de 80 kg a bordo – o conforto para quem vai atrás também é muito bom –, o comportamento se manteve inalterado, o que, neste caso, significa que ele continuou muito bom. O sistema de fixação Cargo Channel também ajuda a manter as coisas no lugar.

S10 e Ranger ficam para a próxima

A ideia inicial com a Frontier era promover um comparativo complementar ao realizado com a Toyota Hilux na edição de fevereiro (número 184) da Revista CARRO. As novas rivais seriam a S10 a diesel e a Ranger também com essa motorização e tração 4x4, mas elas não possuem opção de transmissão automática, o que inviabilizou a reportagem.


Mesmo assim, os modelos da Chevrolet e da Ford também podem ser considerados rivais. Na configuração manual, a Frontier parte de R$ 101 290, enquanto as concorrentes saem por R$ 102 038 (versão Executive com motor 2.8 de 140 cv e 34,7 kgfm) e R$ 103 218 (opção Limited com propulsor 3.0 de 163 cv e 38,7 kgfm), respectivamente.

Se a Frontier manual é melhor que essas duas? Ainda não dá para saber, mas ela tem qualidades para isso. Com transmissão automática, porém, dá para dizer com segurança que ela chegou para ser a nova referência – na cidade e na terra.

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