domingo, 3 de outubro de 2010

>>> KOMBI GLOBALIZADA

Uma jornada de Kombi pela América: Veículo comprado de hippie nos EUA virou casa para engenheiro italiano percorrer o continente!
Foi impossível não se surpreender ao encontrar, numa rua de Porto Alegre, uma velha Kombi 1970 com a placa da California/EUA 5TAT104. O estado do veículo revelava que já rodou muito. Nos últimos 150 mil quilômetros quem esteve ao volante foi o engenheiro elétrico italiano, PhD em Rádio Comunicações, Fabrizio Talucci, 43 anos. No final de 2006, Fabrizio trabalhava no Vale do Silício, próximo de San Francisco, na Califórnia, em uma empresa que faliu.


Sem emprego e sem o green card que lhe permitiria permanecer nos EUA, ele resolveu dar uma guinada em sua vida. Comprou, de uma hippie, a Kombi que viabilizaria seu sonho de cair na estrada e conhecer profundamente a cultura e o povo do continente americano. Ele próprio preparou com dedicação o carro para a sonhada viagem.

Começou por uma limpeza, para eliminar o cheiro de “marijuana”, e depois adaptou o interior do veículo para ser sua morada nos anos seguintes. Cama, mesa, pia, um grande tanque para água potável e até um painel solar, que foi instalado na capota para produzir a energia que lhe desse alguma autonomia nas áreas desérticas que certamente enfrentaria na viagem. Um aparelho de GPS e duas pranchas (uma de surfe e outra de windsurfe) completavam a bagagem.

Em janeiro de 2007, começou a jornada que conseguiu terminar no final do ano. Depois de passar por México, Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, onde entrou por Corumbá e visitou Brasília, Salvador, Recife, Rio, São Paulo e Porto Alegre, esse viajante solitário seguiu para a etapa final: Uruguai, Argentina e Chile.


Depois de consumir 20 pneus, pegou muita onda no Caribe, Pacífico e Atlântico, visitou sítios arqueológicos como Chichen Itzá, Machu Picchu e Kuelap, e foi, inevitavelmente roubado: “algumas poucas vezes pelas pessoas, e muitas vezes por policiais”. Quando terminou o dinheiro, acumulado antes da aventura, terminou também a viagem. Aí então, um renovado Fabrizio voltou para a Itália e começou seu trabalho novamente.

* Ricardo Chaves/Jornal Zero Hora.

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