sexta-feira, 15 de outubro de 2010

>>> NO FUTURO...

Man Concept S: O caminhão do futuro. Conheça o conceito da Man que fez sucesso no Salão de utilitários de Hannover.

Com jeito de Transformer, o estudo Man Concept S surpreendeu o público que visitou o Salão de Hannover, onde tiraram seu véu pela primeira vez. Com a frente chapada, para-brisa panorâmico negro (assim como todo o painel dianteiro), duas asas cromadas que agregam a função de retrovisor e repetidor de seta, defletores azuis (na cor predominante do veículo), arremates prateados, painel traseiro abaulado e dois pares de lanternas com formato de bumerangue, o cavalo mecânico tem aspecto futurista.


Mas o trunfo do Concept S está muito além do impacto visual. Apenas com sua performance aerodinâmica, o veículo alcança uma economia de 25% de combustível, em comparação a um modelo convencional. Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) é de aproximadamente 0,3, valor comparável a de carros de passeio. Para alcançar esse número, as formas do conceito foram trabalhadas em túnel de vento. Por consequência da economia de combustível, a redução de emissão de CO2 é de 25%.


O conceito é um aprimoramento do Delphin Truck, mostrado no Salão de 2008, que ganhou formas aerodinâmicas baseadas na topologia de fluxo de um golfinho. O Concept S tem o mesmo espaço interno e capacidade de carga de um veículo convencional. Para se ter ideia de como a questão da aerodinâmica foi levada a sério, o retrovisor tem formato de uma asa, na qual, no lugar do espelho, a imagem da retaguarda é captada por uma câmera de vídeo. O defletor do teto é regulado eletronicamente.

DISCUSSÃO

Para conseguir o mesmo volume de carga de um veículo convencional, o Concept S e seu semirreboque (que também passou por uma otimização aerodinâmica) ultrapassaram o limite legal europeu de comprimento para os veículos comerciais. Apesar de a empresa afirmar que o uso do conceito não implica modificações na infraestrutura rodoviária, o estudo propõe uma discussão sobre esses limites.


Para isso, a Man está carregada de argumentos. De início, o fabricante afirma que o Cx médio de 0,5 dos cavalos mecânicos convencionais já alcançaram um padrão que dificilmente pode ser otimizado. Para reforçar a necessidade de repensar esses limites, a Man observa que, num cavalo mecânico e semirreboque de 50 toneladas, a 85km/h na horizontal, 40% da energia consumida é usada para vencer a resistência do ar.

* Pedro Cerqueira/Jornal Estado de Minas.

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