terça-feira, 19 de outubro de 2010

>>> HERÓIS DO PASSADO

Kombi à moda japonesa: Toyota Hiace chegou em 1967 e levou fama (e carga) pelo mundo afora.
O projeto da Kombi, feito durante a Segunda Guerra Mundial por Ben Pon sobre o chassi do Volkswagen sedan fez escola entre vários fabricantes de veículos. Em 1967, a indústria japonesa de automóveis queria repetir o sucesso do veículo versátil alemão, modernizá-lo e vendê-lo no mundo inteiro.


O projeto da van japonesa surgiu na Toyota cruzando o conceito do veículo combinado alemão com concepção mais moderna. Era preciso aproveitar todo o espaço interno e para isso o motor foi colocado embaixo do banco dianteiro.

De forma discreta, o Hiace surgiu no Japão em boa hora: de um lado preencheria a lacuna entre os caminhões e os pequenos veículos de carga de três ou quatro rodas, já antigos, e insuficientes para a demanda e por outro seria a chance de modernizar o conceito de veículo leve de carga.

Com tração dianteira, o Hiace era bem moderno para a época. Tinha motor 1,8 litros refrigerado a água em posição longitudinal, direção hidráulica e excelente espaço interno. Com capacidade de carga superior a meia tonelada, fez sucesso rapidamente no mercado japonês e em 1970, quando foi reestilizado, já estava presente nos Estados Unidos e Europa. Boa parte do seu sucesso se deve ao Corolla, que abriu as portas da Toyota para o mundo.


Dez anos depois a Toyota modificava seu veículo utilitário, com linhas mais simples. Repare que os vincos da carroceria que imitam o contorno das janelas se manteve por mais de 20 anos sem qualquer alteração.

Em 1977, o Hiace ganhava motor 2,2 litros diesel, o que melhorou muito o desempenho e autonomia do veículo. Também foram lançadas versões de cabine dupla e a van de passageiros, que originou uma série de veículos de transporte na Coréia, China e no próprio Japão.


Em 1982 saía de linha a geração anterior, ainda que fosse bastante elogiada pela mecânica robusta, e entrou a terceira geração, que tinha mais apliques plásticos, interior todo redesenhado e motor 2,3 litros.


Em 1989 o carro mudaria novamente, o que o deixou bem parecido com as vans coreanas vendidas no Brasil durante os anos 1990. Nesta fase a Hiace incorporava muita tecnologia, já que estavam disponíveis novos motores: um 2,0 litros e um 3,0 turbodiesel já com injeção eletrônica multiponto.

Nesta época o valente japonês batia de frente com modelos mais caros produzidos na Europa. Vale lembrar que as versões antigas da Hiace ainda são fabricadas até hoje em países como África do Sul, e alguns países sulamericanos.


Nesse tempo, surgiram outros derivados do Hiace, como o Granvia, uma van de passageiros que atendia o mercado europeu com motores 2,4; 3,0 ou 4,0 litros a diesel, com estilo atualizado e com conforto para 12 pessoas. Outro utilitário foi o Lite Ace, no segmento de minivans, também para o mercado europeu. Em 2004, o Hiace ganhou nova plataforma, mais moderna e novas opções de motores. Ainda produzida no Japão, o Hiace prova que alemães e japoneses estavam certos e que o conceito de veículo utilitário leve ainda é atual no mundo inteiro.

* Marcos Camargo Jr./Portal Auto Show.

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