terça-feira, 24 de novembro de 2009

>>> MERCEDES-BENZ GLK

Mercedes GLK: rastro de luxo entre os SUVs médios.
No seleto grupo das chamadas marcas premium não existem pudores. Quando uma montadora inaugura algum nicho, as outras vão atrás. É o caso da Mercedes-Benz com o GLK. A marca alemã segue a rota traçada pela arquirrival BMW, com o X3, que inaugurou um segmento de utilitários esportivos médios em 2003 – seguido tardiamente pela Audi com o Q5 e pela Volvo com o XC60. Para o Brasil, a Mercedes buscou uma forma de diferenciação específica. Com a 280, solitária versão do GLK por aqui, oferece uma lista de equipamentos farta, a tradição de tecnologia embarcada e um propulsor tradicional V6, aspirado, de 231 cv. Com isso, fica mais potente que as versões iniciais de Q5 e X3, com respectivos 213 cv e 218 cv. Só perde mesmo para o 3.0 de 285 cv do XC60, mas o modelo da montadora sueca é um caso à parte, pois se mostra imbatível no preço.


É que todos os exemplares do nicho de SUVs médios das chamadas marcas premium custam acima de R$ 200 mil. O próprio GLK 280 sai por R$ 225 mil, bem distante dos R$ 165.900 da configuração mais cara do XC60. Ou seja, a briga do modelo da Mercedes é mesmo com os compatriotas Q5 e X3. Para tal, recheou bem o GLK já na segurança. O modelo chega ao Brasil com oito airbags, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, freios com ABS e EBD, sistema Neck-Pro de encostos de cabeça dianteiros ativos, monitoramento da pressão dos pneus, retrovisores eletrocrômicos e os externos com desembaçador e sensores de obstáculos.


Na parte de conforto, itens previsíveis em um modelo com este preço e também condizente com o que se espera de uma marca classificada como premium. Ar automático com três zonas e ajustes independentes para o banco traseiro, direção hidráulica, trio, retrovisores rebatíveis eletricamente, sensor de chuva, controle de cruzeiro, computador de bordo, Bluetooth, revestimento em couro com apliques em alumínio, rádio/CD/MP3, bancos dianteiros e coluna de direção com ajustes elétricos e memória, entre outros. O modelo também conta com o sistema de suspensão que calibra automaticamente os amortecedores para o tipo de terreno e modo de condução.


Desta forma, o GLK fica mais barato que o X3 2.5, que parte dos R$ 241 mil. E sai mais caro que o Q5 2.0 TFSI, que custa R$ 205.840, mas tem dois airbags a menos e só dispõe de alguns itens como opcionais: sensores de obstáculos, banco do carona com regulagem elétrica, espelhos externos rebatíveis eletricamente, entre outros. A seu favor, o crossover da Mercedes oferece um conjunto com motor 3.0 V6 com 231 cv de potência a 6 mil giros e torque máximo de 30,6 kgfm, que mantém uma faixa de torque praticamente plana, com mais de 80% da força máxima entre 1.500 e 6.500 rpm. Quase como se fosse um turbo. O motor trabalha com tração integral nas quatro rodas e com o câmbio automático 7G-Tronic, de sete velocidades com opções de mudanças sequenciais.

Mas o GLK também tem seus contras. E eles se concentram principalmente no estilo. O modelo ostenta um desenho com abuso de linhas bem definidas, alongadas e repleta de vincos, o que resulta em um visual bastante quadradão – segundo a Mercedes, uma influência do “estilo consagrado da Classe G”, que vem a ser a linha de jipões militares da marca. Na frente, para-brisa inclinado e capô extenso com dois vincos evidentes. Eles convergem para a generosa grade bicuda trapezoidal, com a estrela de três pontas ao centro, que se destaca em relação ao conjunto ótico com cortes bem pontuais.


No perfil, linha de cintura em cunha, um vinco na diagonal, janelas com extremidades retas e um corte do teto estilo jipeiro, plano e sem caimentos ou variações. A traseira tem um porta-malas levemente abaulado, enquanto a lanterna segue o estilo conservador dos faróis dianteiros. Um conjunto bastante controverso e que, mal comparando, remete aos pioneiros SUVs orientais, dos anos 80 e 90. Talvez, a razão pela qual o GLK registre médias mensais de 14 unidades vendidas, atrás do Q5, com 23, e só à frente do já veterano X3, com 7 unidades/mês.

* Texto: Fernando Miragaya/Auto Press
Fotos: Jorge Rodrigues

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